FMI diz não ter recebido indicação de pedido de ajuda da Turquia
A forte desvalorização da lira turca ampliou a crise econômica do país, que já era agravada pela falta de dólares e pela alta das taxas de juros nos EUA
EFE
Publicado em 13 de agosto de 2018 às 16h41.
Washington - O Fundo Monetário Internacional ( FMI ) afirmou nesta segunda-feira que não recebeu indicação do governo da Turquia sobre um possível pedido de assistência financeira para combater a abrupta desvalorização da moeda do país em relação ao dólar e lidar com as recentes tensões com os Estados Unidos.
"Não recebemos indicação alguma das autoridades turcas sobre a solicitação de assistência financeira", disse à Agência Efe uma fonte do FMI que pediu para não ser identificada.
A forte desvalorização da lira turca ampliou a crise econômica do país, que já era agravada pela falta de dólares e pela alta das taxas de juros nos EUA. Caso a crise não se reverta, a Turquia pode ser obrigada a solicitar ajuda do FMI, como a Argentina fez recentemente após de uma súbita queda do peso.
Em recente relatório, o FMI alertou que a Turquia é um dos mercados emergentes mais vulneráveis ao ajuste monetário feito pelo Federal Reserve, o banco central americano, que pode influenciar o fluxo de investimentos estrangeiros no mercado global.
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan , afirmou hoje que a desvalorização da lira, que perdeu 27% de seu valor em relação ao dólar desde o início do mês, não ocorreu devido a motivos econômicos, mas sim em consequência de um "ataque externo".
Erdogan também afirmou que o governo não tem a intenção de confiscar as poupanças em moeda estrangeira ou de convertê-las de maneira forçada pela força em liras turcas para conter a queda.
O Banco Central da Turquia anunciou hoje a injeção de US$ 6 bilhões no sistema financeiro para garantir a liquidez dos bancos e conter a desvalorização da divisa local frente ao dólar.
Segundo os analistas, a queda da lira turca se deve à diminuição da confiança dos investidores em uma economia já debilitada, exacerbada pelas tensões diplomáticas entre Erdogan e o presidente dos EUA , Donald Trump, que anunciou sanções para forçar a libertação do pastor americano Andrew Brunson, preso por Ancara.