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FLORIANÓPOLIS - 5º Lugar

O canteiro de obras

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.

O visitante que esteve em Florianópolis há cinco anos e a visita hoje se surpreende: a cidade virou um canteiro de obras. A construção civil vem crescendo a impressionantes 10% ao ano, traduzidos em novos prédios de apartamentos, shoppings, hotéis e centros de convenção. Apesar disso, o aumento do volume de investimentos em outras capitais e a limitação geográfica para receber grandes empreendimentos industriais fizeram Florianópolis cair três posições na pesquisa deste ano.

Com 42 praias paradisíacas e indicadores sociais invejáveis, a capital de Santa Catarina está se firmando como um centro de tecnologia e serviços de informática e microeletrônica, mas ainda tem no turismo o principal combustível de sua economia. Desde a inauguração, em 1998, do centro de convenções Centro Sul, a cidade espera sepultar de vez a praga do veranismo, que a tornava dependente da alta temporada e dos visitantes argentinos.

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O incremento do turismo está atraindo grandes redes de hotéis. Só a Accor começou a operar recentemente uma unidade com a bandeira Íbis, um flat Parthenon e agora passa a investir num Sofitel, estimado em 18 milhões de reais, na Beira Mar Norte, a avenida mais badalada da ilha. "Estamos crescendo entre 15% e 20% ao ano", diz Aurélio Paladini Filho, presidente da Magno Martins Engenharia, que constrói o Sofitel.

As construtoras também devem muito aos migrantes, que não param de chegar à ilha em busca de melhor qualidade de vida. "Mais de 30% dos novos imóveis são adquiridos por brasileiros de outros estados", diz Adolfo Cesar dos Santos, presidente do Sinduscon, o sindicato da indústria da construção civil local. Os migrantes já representam mais de 11% da população de 360 000 pessoas de Florianópolis. São aposentados, profissionais liberais, empresários, professores universitários, enfim, gente que injeta dinheiro na economia da ilha.

Nada menos que 50% dos domicílios de Florianópolis são das classes A e B, ante uma média brasileira de 22,2%. A cidade tem o mais alto potencial de consumo per capita entre as dez melhores cidades para negócios do Brasil: 4 642 dólares por ano. A Incorporadora de Shopping Centers Florianópolis percebeu que a cidade ainda tem pouco a oferecer a esses consumidores e vai investir 75 milhões de reais no Florianópolis Shopping, que inaugura em novembro de 2004. "Marcas famosas querem aportar na ilha e não têm onde", diz Augusto de Fonseca, diretor-geral da incorporadora.

O desenvolvimento na área de tecnologia e serviços de informática e microeletrônica -- há mais de 300 empresas de software na cidade -- é fruto de uma política que une empresas, incubadoras e universidades. Há cinco anos existiam duas universidades na Grande Florianópolis. Hoje há mais de uma dezena de instituições semelhantes.

Profissionais qualificados e um amplo leque de oportunidades atraíram de volta à terra natal o economista Luís Gonzaga Coelho. Após 14 anos na Suíça, Coelho se uniu ao grupo Grangettes, de Genebra, para investir 12 milhões de reais na C-Pack, uma fábrica de tubos plásticos para as indústrias cosmética e farmacêutica que começa a funcionar em janeiro na vizinha São José. "A qualidade de vida das pessoas deverá se traduzir na qualidade de nossos produtos", diz Coelho.

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