Fitch diz que não costuma rebaixar 2 graus de uma vez
"Tem que haver um evento que mude estruturalmente um país para ter uma alteração do rating em 2 ou mais graus", disse Rafael Guedes diretor-executivo da Fitch
Da Redação
Publicado em 15 de outubro de 2015 às 11h30.
São Paulo - O diretor-executivo da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, ressaltou nesta quinta-feira, 15, que "a Fitch geralmente não faz rebaixamento em dois graus de uma vez".
Segundo ele, o "histórico de ratings soberanos, a menos que haja um evento, que mude estruturalmente a expectativa com relação aquele país, não leva a haver um rebaixamento em dois graus".
"O rebaixamento acontece a cada vez, a cada comitê ou por vez", destacou Rafael Guedes, que participa do "Seminário Brasil 2016", promovido pela Amcham em São Paulo. "Tem que haver um evento que mude estruturalmente um país para ter uma alteração do rating em 2 ou mais graus."
Guedes destacou que "o Comitê (sobre Brasil) pode se reunir a qualquer momento, até abril de 2016", um ano depois da última decisão da agência sobre o país, quando manteve a nota soberana (BBB), mas reduziu a perspectiva de neutra para negativa.
"Mas isso (a data da reunião) depende de analistas para avaliar quando é o momento certo para rever aquele crédito."
2016
O diretor-executivo da Fitch no Brasil afirmou ainda que "mesmo que 2016 seja um ano difícil, isso não necessariamente levaria a mudança do rating" do Brasil.
"Quando fazemos avaliação de rating estamos olhando no médio e longo prazos", disse. "A questão não é como vai ser 2016, 2017, mas sim como serão os próximos anos."
"Se o governo dá indicações de que está, sim, ciente dos problemas e vai atacá-los, que são crescimento e superávit primário, mesmo que 2016 seja um ano difícil, isso não necessariamente levaria a mudança no rating" apontou Guedes.
"Porque, no médio prazo, teríamos uma reversão dos aspectos macroeconômicos e fiscais e isso seria suficiente para manter o rating do Brasil", destacou. "A questão é qual será a trajetória das políticas fiscais e atacar reformas nos anos vindouros."
Guedes salientou que o Poder Executivo está ativo em enviar sugestões de ajuste fiscal para o parlamento, mas não conta com o apoio no Legislativo para aprová-las. "O governo está sugerindo medidas ao Congresso, mas o problema está na sua aprovação", destacou.
Para Rafael Guedes, a reforma ministerial adotada pela presidente Dilma Rousseff tem como objetivo conseguir apoio político para suas políticas no Congresso, mas ele apontou que isto "até agora não se materializou".
Impeachment
O diretor-executivo da Fitch destacou que "no momento, impeachment não é cenário base" da agência internacional para o Brasil. "Impeachment sempre é negativo para rating. Certamente traz instabilidade política e econômica e não é positivo", disse.
Ele também apontou que "não fazer nada no momento" também não é favorável ao país, referindo-se à falta de apoio do Congresso para a aprovação de medidas fiscais sugeridas pelo governo.
São Paulo - O diretor-executivo da Fitch no Brasil, Rafael Guedes, ressaltou nesta quinta-feira, 15, que "a Fitch geralmente não faz rebaixamento em dois graus de uma vez".
Segundo ele, o "histórico de ratings soberanos, a menos que haja um evento, que mude estruturalmente a expectativa com relação aquele país, não leva a haver um rebaixamento em dois graus".
"O rebaixamento acontece a cada vez, a cada comitê ou por vez", destacou Rafael Guedes, que participa do "Seminário Brasil 2016", promovido pela Amcham em São Paulo. "Tem que haver um evento que mude estruturalmente um país para ter uma alteração do rating em 2 ou mais graus."
Guedes destacou que "o Comitê (sobre Brasil) pode se reunir a qualquer momento, até abril de 2016", um ano depois da última decisão da agência sobre o país, quando manteve a nota soberana (BBB), mas reduziu a perspectiva de neutra para negativa.
"Mas isso (a data da reunião) depende de analistas para avaliar quando é o momento certo para rever aquele crédito."
2016
O diretor-executivo da Fitch no Brasil afirmou ainda que "mesmo que 2016 seja um ano difícil, isso não necessariamente levaria a mudança do rating" do Brasil.
"Quando fazemos avaliação de rating estamos olhando no médio e longo prazos", disse. "A questão não é como vai ser 2016, 2017, mas sim como serão os próximos anos."
"Se o governo dá indicações de que está, sim, ciente dos problemas e vai atacá-los, que são crescimento e superávit primário, mesmo que 2016 seja um ano difícil, isso não necessariamente levaria a mudança no rating" apontou Guedes.
"Porque, no médio prazo, teríamos uma reversão dos aspectos macroeconômicos e fiscais e isso seria suficiente para manter o rating do Brasil", destacou. "A questão é qual será a trajetória das políticas fiscais e atacar reformas nos anos vindouros."
Guedes salientou que o Poder Executivo está ativo em enviar sugestões de ajuste fiscal para o parlamento, mas não conta com o apoio no Legislativo para aprová-las. "O governo está sugerindo medidas ao Congresso, mas o problema está na sua aprovação", destacou.
Para Rafael Guedes, a reforma ministerial adotada pela presidente Dilma Rousseff tem como objetivo conseguir apoio político para suas políticas no Congresso, mas ele apontou que isto "até agora não se materializou".
Impeachment
O diretor-executivo da Fitch destacou que "no momento, impeachment não é cenário base" da agência internacional para o Brasil. "Impeachment sempre é negativo para rating. Certamente traz instabilidade política e econômica e não é positivo", disse.
Ele também apontou que "não fazer nada no momento" também não é favorável ao país, referindo-se à falta de apoio do Congresso para a aprovação de medidas fiscais sugeridas pelo governo.