Desconto na conta de água suavizou inflação em SP, diz Fipe
Sem a contribuição negativa de água/esgoto, o IPC-Fipe da terceira leitura do mês seria de 0,51%. A alta foi de 0,36%
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2014 às 15h11.
São Paulo - O desconto de 30% na conta de água para o consumidor que diminuir o consumo na capital paulista está ajudando a suavizar a inflação dos paulistanos.
De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a queda de 7,81% no item água/esgoto na terceira quadrissemana de maio (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, dia 23) permitiu um alívio de 0,15 ponto porcentual na alta de 0,36% registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período ante a leitura passada.
Sem a contribuição negativa de água/esgoto, o IPC-Fipe da terceira leitura do mês seria de 0,51%, informou nesta terça-feira, 27, o coordenador do IPC, o economista e professor Rafael Costa Lima.
"Não fosse esse recuo, sem dúvida, o índice estaria bem maior. No entanto, o efeito do desconto deve expirar no mês que vem, a não ser que mais consumidores participem da campanha", disse, ao referir-se ao programa de desconto para os clientes atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que reduziram o consumo de água.
De acordo com Costa Lima, a alta de 0,36% no IPC - menor do que a previsão da Fipe de 0,42% - é explicada exatamente pela alteração na taxa do grupo Habitação da segunda para a terceira quadrissemana de maio, de estabilidade para declínio de 0,17%, e do qual faz parte o item água/esgoto.
"Houve uma mudança mais rápida que a esperada (em Habitação). Mais pessoas aderiram à campanha. A economia está funcionando. O frio também acaba ajudando. O total de famílias que estão recebendo o desconto subiu 35%", explicou.
Conforme ele, a variação negativa de água/esgoto deve se acentuar até o final deste mês, podendo fechar com baixa em torno de 10,50%.
O economista disse que o declínio de 2,78% nos preços de televisores também ajudou a empurrar o grupo Habitação para o campo de baixa nesta pesquisa.
Para ele, um dos motivos da queda pode estar associada à menor demanda para este tipo de produto, apesar da proximidade da Copa do Mundo.
Também nesta terceira quadrissemana, Costa Lima não contava com deflação, de 0,02%, do grupo Transportes, mas esperava elevação de 0,01%
. "O etanol passou a cair para valer, com a chegada da safra", disse.
De acordo com a Fipe, os preços do álcool combustível tiveram retração de 3,12%, após recuo de 2,43% na segunda leitura. Já os da gasolina cederam 0,30%, depois da baixa de 0,21%.
Além de Habitação e Transportes, o grupo Saúde também contribuiu com a desaceleração do IPC na terceira quadrissemana de maio, disse o economista.
O conjunto de preços de Saúde registrou inflação de 0,90% ante 1,13%, reagindo à saída gradual do impacto do reajuste dos medicamentos promovido no final de março.
Dentro dessa classe de despesa ele citou o item remédios e produtos farmacêuticos, cuja taxa ficou em 1,84% na terceira medição em relação ao aumento de 2,39% na anterior.
Já os grupos Vestuário e Despesas Pessoais permaneceram com taxas elevadas entre o segundo levantamento e o terceiro. O primeiro manteve a taxa de 0,72% da leitura passada, enquanto o segundo atingiu 0,85% (de 0,82%).
"O comportamento dos preços de Vestuário está em linha com a sazonalidade. Já em relação ao grupo Despesas Pessoais, houve aceleração de Viagem/Excursão (de 0,81% para 1,56%)", disse, completando que o movimento pode estar associado ao aumento da demanda em virtude da realização da Copa do Mundo.
São Paulo - O desconto de 30% na conta de água para o consumidor que diminuir o consumo na capital paulista está ajudando a suavizar a inflação dos paulistanos.
De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a queda de 7,81% no item água/esgoto na terceira quadrissemana de maio (últimos 30 dias terminados na sexta-feira, dia 23) permitiu um alívio de 0,15 ponto porcentual na alta de 0,36% registrada no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) do período ante a leitura passada.
Sem a contribuição negativa de água/esgoto, o IPC-Fipe da terceira leitura do mês seria de 0,51%, informou nesta terça-feira, 27, o coordenador do IPC, o economista e professor Rafael Costa Lima.
"Não fosse esse recuo, sem dúvida, o índice estaria bem maior. No entanto, o efeito do desconto deve expirar no mês que vem, a não ser que mais consumidores participem da campanha", disse, ao referir-se ao programa de desconto para os clientes atendidos pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) que reduziram o consumo de água.
De acordo com Costa Lima, a alta de 0,36% no IPC - menor do que a previsão da Fipe de 0,42% - é explicada exatamente pela alteração na taxa do grupo Habitação da segunda para a terceira quadrissemana de maio, de estabilidade para declínio de 0,17%, e do qual faz parte o item água/esgoto.
"Houve uma mudança mais rápida que a esperada (em Habitação). Mais pessoas aderiram à campanha. A economia está funcionando. O frio também acaba ajudando. O total de famílias que estão recebendo o desconto subiu 35%", explicou.
Conforme ele, a variação negativa de água/esgoto deve se acentuar até o final deste mês, podendo fechar com baixa em torno de 10,50%.
O economista disse que o declínio de 2,78% nos preços de televisores também ajudou a empurrar o grupo Habitação para o campo de baixa nesta pesquisa.
Para ele, um dos motivos da queda pode estar associada à menor demanda para este tipo de produto, apesar da proximidade da Copa do Mundo.
Também nesta terceira quadrissemana, Costa Lima não contava com deflação, de 0,02%, do grupo Transportes, mas esperava elevação de 0,01%
. "O etanol passou a cair para valer, com a chegada da safra", disse.
De acordo com a Fipe, os preços do álcool combustível tiveram retração de 3,12%, após recuo de 2,43% na segunda leitura. Já os da gasolina cederam 0,30%, depois da baixa de 0,21%.
Além de Habitação e Transportes, o grupo Saúde também contribuiu com a desaceleração do IPC na terceira quadrissemana de maio, disse o economista.
O conjunto de preços de Saúde registrou inflação de 0,90% ante 1,13%, reagindo à saída gradual do impacto do reajuste dos medicamentos promovido no final de março.
Dentro dessa classe de despesa ele citou o item remédios e produtos farmacêuticos, cuja taxa ficou em 1,84% na terceira medição em relação ao aumento de 2,39% na anterior.
Já os grupos Vestuário e Despesas Pessoais permaneceram com taxas elevadas entre o segundo levantamento e o terceiro. O primeiro manteve a taxa de 0,72% da leitura passada, enquanto o segundo atingiu 0,85% (de 0,82%).
"O comportamento dos preços de Vestuário está em linha com a sazonalidade. Já em relação ao grupo Despesas Pessoais, houve aceleração de Viagem/Excursão (de 0,81% para 1,56%)", disse, completando que o movimento pode estar associado ao aumento da demanda em virtude da realização da Copa do Mundo.