Filhos continuam na casa dos pais devido subemprego nos EUA
Nos EUA, os filhos que não saíram de casa vão continuar lá, já que a recessão força os jovens adultos a se espremerem na casa dos pais
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2015 às 21h30.
Os filhos que não saíram de casa vão continuar lá.
Uma consequência duradoura da recessão mais profunda desde a década de 1930 é este fenômeno dos jovens adultos, que enfrentam seus próprios desafios financeiros e são forçados a se espremerem na casa dos pais.
E novos dados mostram que essa tendência, em vez de melhorar, está piorando.
Em 2015, 15,1 por cento das pessoas de 25 a 34 anos estão morando com os pais, o quarto aumento anual consecutivo, de acordo com uma análise dos novos dados do Departamento do Censo dos EUA feita pela Agência de Referência Populacional (PRB, na sigla em inglês) em Washington.
Essa proporção é a mais alta desde pelo menos a década de 1960, de acordo com o demógrafo Mark Mather, vice-presidente adjunto da PRB.
“Os jovens demoram mais atualmente para encontrar empregos com salários decentes”, disse Mather.
“Os jovens adultos precisam passar mais tempo obtendo a formação e as habilidades necessárias antes de conseguir se tornar autossuficientes. A recessão provavelmente exacerbou essa tendência”.
Alguns dos adiamentos poderiam refletir mudanças nas normas sociais, pois os jovens estão postergando tanto o casamento quanto ter seus próprios filhos, disse ele.
Mercado árido
O árido mercado de trabalho para os jovens desde que a recessão terminou, em junho de 2009, também está contribuindo para uma taxa de mobilidade menor.
Adultos com menos de 30 anos costumam ser a fatia mais móvel da força de trabalho dos EUA, mudando-se constantemente desde o século 19.
Essa mobilidade foi vista como uma vantagem competitiva fundamental do mercado de trabalho dos EUA, que é flexível, em comparação com lugares como a Europa.
Os recentes dados do Censo mostram que 3,1 por cento dos americanos de 25 a 29 anos foram morar em outro estado no ano passado, apenas metade da proporção em 2002.
Embora as mudanças de um condado a outro do mesmo estado – com menos probabilidade de terem sido motivadas por trabalho – tenham aumentado, elas também continuam abaixo dos níveis registrados antes da recessão, de acordo com a análise da PRB.
Economistas do Goldman Sachs, que analisaram o fenômeno dos “filhos que não saem de casa” em um relatório de agosto, descobriram novas razões para explicá-lo.
Subemprego e dívida estudantil
A geração Y, as 82 milhões de pessoas que nasceram entre 1981 e por volta do ano 2000, foi importunada por um subemprego crônico desde a recessão – pense nas pessoas com diploma universitário que trabalham como baristas – e o aumento da dívida estudantil está sendo um fardo duradouro.
“Somente as taxas de desemprego acima da média entre os jovens já são responsáveis por cerca de um terço do aumento na proporção de jovens que continuam morando com os pais, e os efeitos retardados da recessão provavelmente equivalerão a um pouco mais”, escreveram David Mericle e Karen Reichgott, do Goldman.
Há um lado positivo nessa tendência, disseram eles.
Provavelmente, todos os filhos adultos um dia sairão da casa de seus pais, e essa formação familiar será um grande estímulo para a recuperação do setor habitacional, que está abaixo dos padrões tradicionais de desempenho.
Já há indícios de que isso está ocorrendo em certo grau.
Os economistas do Goldman estão nesse campo. “Como resultado, continuamos a ver um lado muito positivo para o investimento residencial”, escreveram eles.
Os filhos que não saíram de casa vão continuar lá.
Uma consequência duradoura da recessão mais profunda desde a década de 1930 é este fenômeno dos jovens adultos, que enfrentam seus próprios desafios financeiros e são forçados a se espremerem na casa dos pais.
E novos dados mostram que essa tendência, em vez de melhorar, está piorando.
Em 2015, 15,1 por cento das pessoas de 25 a 34 anos estão morando com os pais, o quarto aumento anual consecutivo, de acordo com uma análise dos novos dados do Departamento do Censo dos EUA feita pela Agência de Referência Populacional (PRB, na sigla em inglês) em Washington.
Essa proporção é a mais alta desde pelo menos a década de 1960, de acordo com o demógrafo Mark Mather, vice-presidente adjunto da PRB.
“Os jovens demoram mais atualmente para encontrar empregos com salários decentes”, disse Mather.
“Os jovens adultos precisam passar mais tempo obtendo a formação e as habilidades necessárias antes de conseguir se tornar autossuficientes. A recessão provavelmente exacerbou essa tendência”.
Alguns dos adiamentos poderiam refletir mudanças nas normas sociais, pois os jovens estão postergando tanto o casamento quanto ter seus próprios filhos, disse ele.
Mercado árido
O árido mercado de trabalho para os jovens desde que a recessão terminou, em junho de 2009, também está contribuindo para uma taxa de mobilidade menor.
Adultos com menos de 30 anos costumam ser a fatia mais móvel da força de trabalho dos EUA, mudando-se constantemente desde o século 19.
Essa mobilidade foi vista como uma vantagem competitiva fundamental do mercado de trabalho dos EUA, que é flexível, em comparação com lugares como a Europa.
Os recentes dados do Censo mostram que 3,1 por cento dos americanos de 25 a 29 anos foram morar em outro estado no ano passado, apenas metade da proporção em 2002.
Embora as mudanças de um condado a outro do mesmo estado – com menos probabilidade de terem sido motivadas por trabalho – tenham aumentado, elas também continuam abaixo dos níveis registrados antes da recessão, de acordo com a análise da PRB.
Economistas do Goldman Sachs, que analisaram o fenômeno dos “filhos que não saem de casa” em um relatório de agosto, descobriram novas razões para explicá-lo.
Subemprego e dívida estudantil
A geração Y, as 82 milhões de pessoas que nasceram entre 1981 e por volta do ano 2000, foi importunada por um subemprego crônico desde a recessão – pense nas pessoas com diploma universitário que trabalham como baristas – e o aumento da dívida estudantil está sendo um fardo duradouro.
“Somente as taxas de desemprego acima da média entre os jovens já são responsáveis por cerca de um terço do aumento na proporção de jovens que continuam morando com os pais, e os efeitos retardados da recessão provavelmente equivalerão a um pouco mais”, escreveram David Mericle e Karen Reichgott, do Goldman.
Há um lado positivo nessa tendência, disseram eles.
Provavelmente, todos os filhos adultos um dia sairão da casa de seus pais, e essa formação familiar será um grande estímulo para a recuperação do setor habitacional, que está abaixo dos padrões tradicionais de desempenho.
Já há indícios de que isso está ocorrendo em certo grau.
Os economistas do Goldman estão nesse campo. “Como resultado, continuamos a ver um lado muito positivo para o investimento residencial”, escreveram eles.