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Fiesp: indústria não deve puxar crescimento este ano

A principal variável que está deteriorando o desempenho fabril é o câmbio apreciado, segundo a federação

Diretor da Fiesp ressaltou como positiva a iniciativa do governo em tentar resolver a questão cambial, apesar dos prejuízos para a indústria (Feng Li/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de julho de 2011 às 14h17.

São Paulo - A indústria de transformação passa por um período de estagnação e não deve ser o motor de crescimento da economia este ano, avalia o diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Ele fez essa leitura do desempenho da indústria após divulgar ligeira retração de 0,1% do Indicador do Nível de Atividade (INA) no mês de junho em relação a maio. A entidade também informou que o indicador de maio foi revisado para baixo, de uma alta de 1% em relação a abril para 0,7%.

Francini destacou que esta estagnação apresentada pelo indicador geral de atividade da indústria paulista afeta igualmente todos os setores. O diretor atribui a situação atual da indústria à trajetória de aumento na taxa básica de juros (Selic), que desde janeiro já foi aumentada 1,75 ponto porcentual, para o atual patamar de 12,50% ao ano.

Mas a principal variável que está deteriorando o desempenho fabril é o câmbio apreciado. "O câmbio é de importância fundamental porque define o comportamento da indústria." Segundo Francini, todos os países que estão com taxa positiva de crescimento da indústria trabalham com o câmbio depreciado. "A China faz isso e os EUA também já fizeram", afirma.

Perguntado sobre sua avaliação das medidas cambiais anunciadas ontem pelo Ministério da Fazenda, que estabelece regras específicas para operações de derivativos, o diretor da Fiesp ressaltou como positiva a iniciativa do governo em tentar resolver essa questão tão importante para a indústria e para o setor exportador. Mas ponderou que o grau de eficácia dessas medidas é de difícil mensuração, porque elas são tomadas por um grupo de cerca de 40 pessoas, enquanto no mercado há milhares tentando burlar as novas regras. "É uma luta contínua e o governo tem que agir cada vez que ver uma porta aberta, e fechá-la."

Com relação à taxa de juros, Francini diz acreditar que não deverá haver mais aumentos, dada a percepção da equipe econômica da situação da economia externa e da vivência interna.

O diretor da Fiesp também comentou o quadro geral de confiança do empresário da indústria em relação à economia, que de acordo com a pesquisa Sensor da Fiesp atingiu 51 pontos em julho ante 50,6 em junho. A pesquisa Sensor vai de uma escala de zero a 100 pontos, sendo que 50 é a marca que diferencia o otimismo e o pessimismo do empresário. "O grau de confiança tem caído e ficado perto da neutralidade, mostrando que o entusiasmo em relação ao futuro já foi embora, porque o mundo vive certa apreensão em relação ao rumo da economia", disse Francini.

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São Paulo - A indústria de transformação passa por um período de estagnação e não deve ser o motor de crescimento da economia este ano, avalia o diretor do Departamento de Economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Ele fez essa leitura do desempenho da indústria após divulgar ligeira retração de 0,1% do Indicador do Nível de Atividade (INA) no mês de junho em relação a maio. A entidade também informou que o indicador de maio foi revisado para baixo, de uma alta de 1% em relação a abril para 0,7%.

Francini destacou que esta estagnação apresentada pelo indicador geral de atividade da indústria paulista afeta igualmente todos os setores. O diretor atribui a situação atual da indústria à trajetória de aumento na taxa básica de juros (Selic), que desde janeiro já foi aumentada 1,75 ponto porcentual, para o atual patamar de 12,50% ao ano.

Mas a principal variável que está deteriorando o desempenho fabril é o câmbio apreciado. "O câmbio é de importância fundamental porque define o comportamento da indústria." Segundo Francini, todos os países que estão com taxa positiva de crescimento da indústria trabalham com o câmbio depreciado. "A China faz isso e os EUA também já fizeram", afirma.

Perguntado sobre sua avaliação das medidas cambiais anunciadas ontem pelo Ministério da Fazenda, que estabelece regras específicas para operações de derivativos, o diretor da Fiesp ressaltou como positiva a iniciativa do governo em tentar resolver essa questão tão importante para a indústria e para o setor exportador. Mas ponderou que o grau de eficácia dessas medidas é de difícil mensuração, porque elas são tomadas por um grupo de cerca de 40 pessoas, enquanto no mercado há milhares tentando burlar as novas regras. "É uma luta contínua e o governo tem que agir cada vez que ver uma porta aberta, e fechá-la."

Com relação à taxa de juros, Francini diz acreditar que não deverá haver mais aumentos, dada a percepção da equipe econômica da situação da economia externa e da vivência interna.

O diretor da Fiesp também comentou o quadro geral de confiança do empresário da indústria em relação à economia, que de acordo com a pesquisa Sensor da Fiesp atingiu 51 pontos em julho ante 50,6 em junho. A pesquisa Sensor vai de uma escala de zero a 100 pontos, sendo que 50 é a marca que diferencia o otimismo e o pessimismo do empresário. "O grau de confiança tem caído e ficado perto da neutralidade, mostrando que o entusiasmo em relação ao futuro já foi embora, porque o mundo vive certa apreensão em relação ao rumo da economia", disse Francini.

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