Economia

Fed evita alta de juros antes de votação britânica sobre UE

A votação na Grã-Bretanha, no entanto, é apenas um dos obstáculos para o difícil processo do Fed para normalizar a política monetária


	Federal Reserve: a votação na Grã-Bretanha, no entanto, é apenas um dos obstáculos para o difícil processo do Fed para normalizar a política monetária
 (Kevin Lamarque / Reuters)

Federal Reserve: a votação na Grã-Bretanha, no entanto, é apenas um dos obstáculos para o difícil processo do Fed para normalizar a política monetária (Kevin Lamarque / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2016 às 13h34.

Washington - O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, pode ser forçado a adiar uma alta de juros na reunião de junho devido à crescente preocupação com as consequências econômicas da votação sobre a possibilidade de a Grã-Bretanha deixar a União Europeia.

A reunião do Fed de 14 e 15 de junho será uma semana antes da votação britânica, em 23 de junho. Um voto por "sair" deve trazer instabilidade aos mercados financeiros, causar ampliação dos spreads e disparar uma corrida para ativos seguros e impulsionar o dólar.

A recente estabilidade do dólar é uma das razões de o Fed ter se tornado mais confortável com aumento de juros e membros do BC norte-americano podem querer deixar passar a ameaça da saída da Grã-Bretanha antes de apertar a política monetária.

Na quinta-feira, o diretor do Fed Daniel Tarullo juntou-se ao coro dos que alertam sobre as preocupações com a votação britânica, dizendo à Bloomberg que uma saída da União Europeia seria um "fator" que ele consideraria na reunião de política monetária de junho e que o impacto da votação nos mercados seria chave.

A pesquisa mais recente mostra que os britânicos estão divididos sobre a saída ou permanência na UE.

Obstáculos

A votação na Grã-Bretanha é apenas um dos obstáculos para o difícil processo do Fed para normalizar a política monetária.

Em 2014, a queda nos preços do petróleo e uma rápida valorização do dólar pressionou as exportações dos EUA e derrubou a inflação norte-americana.

No ano passado, uma desaceleração surpreendente da economia da China, aliada uma inquietação na Europa e Japão, disparou turbulência no mercado global e preocupações mais amplas sobre recessão global.

Um relatório do governo norte-americano divulgado nesta sexta-feira mostrando que o crescimento da criação de empregos desacelerou fortemente em maio jogou mais dúvidas sobre o ímpeto da economia, com operadores agora apostando que o Fed vai adiar a alta de juros até setembro.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralEstados Unidos (EUA)EuropaFed – Federal Reserve SystemJurosMercado financeiroPaíses ricosReino UnidoUnião Europeia

Mais de Economia

PEC promove "privatização" do BC e pode ter custo fiscal ao país, dizem especialistas

Alckmin destaca compromisso do governo com o arcabouço fiscal

Haddad diz que Brasil é uma “encrenca”, mas que tem potencial de ser “grande”

Brasil está pronto para acordo Mercosul e União Europeia, diz Lula

Mais na Exame