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Exportação de couro dispara e calçadista fala em crise

Empresas que trabalham com curtimento estariam preferindo vender ao exterior a negociá-lo com fábricas de calçados, bolsas e acessórios instaladas no país

Pilha de couro: no ano passado foram mais de US$ 2,5 bilhões exportados em couros e peles, um recorde histórico (Tomascastelazo/Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 17h38.

Franca - As exportações de couros e peles dispararam no Brasil e, prejudicada com esse negócio, a indústria calçadista ameaça fechar as portas.

O motivo seria justamente este, ou seja, as empresas que trabalham com curtimento estariam preferindo vender o produto para o exterior a negociá-lo com as fábricas de calçados , bolsas e acessórios instaladas no país.

Os números confirmam a situação que será motivo de encontro nesta quarta-feira (12). No ano passado foram mais de US$ 2,5 bilhões exportados em couros e peles, um recorde histórico.

Já em fevereiro as vendas seguiram em alta e totalizaram US$ 248 milhões, o que representa um crescimento de 31,3% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior.

As exportações têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que vê este setor como fundamental para melhorar o saldo da balança comercial brasileira.

Porém, quem necessita do couro como matéria-prima acredita que todo esse incentivo que tem sido dado para exportar o produto também pode significar perda de emprego e fechamento de fábricas de calçados no Brasil.

Segundo José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (SP), um levantamento aponta que 90% do couro produzido aqui estaria sendo exportado. "Com a falta do produto no mercado interno, para não parar a produção algumas fábricas estão sendo obrigadas a pagar um valor absurdo pelo couro", afirma.

Um estudo está sendo finalizado e apontará com precisão a situação do setor hoje com relação à falta de couro. "Mas uma coisa é certa, se continuarem exportando cada vez mais, daqui a pouco estarão vendendo 100% do couro nacional e o jeito será parar de fabricar sapato", diz.

O encontro desta quarta reunirá, entre outros, os presidentes da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), Heitor Klein, e do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, José Fernando Bello. A reunião será realizada em Franca, importante centro produtor de calçados masculinos.

Feiras

Os calçadistas que já reclamam que o Brasil estaria vendendo muito couro devem se preocupar ainda mais daqui em diante, pois estão para acontecer duas grandes feiras que podem representar mais vendas externas. A primeira é a Fimec, a ser realizada entre os dias 18 e 22 de março, em Novo Hamburgo (RS).

A segunda é a APLF MM&T, em Hong Kong, na qual o Brasil marcará presença e com destaque este ano. Ela acontece entre os dias 31 de março e 2 de abril e terá uma série de ações de marketing, comunicação e vendas visando ampliar a presença do couro brasileiro no mercado mundial.

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Franca - As exportações de couros e peles dispararam no Brasil e, prejudicada com esse negócio, a indústria calçadista ameaça fechar as portas.

O motivo seria justamente este, ou seja, as empresas que trabalham com curtimento estariam preferindo vender o produto para o exterior a negociá-lo com as fábricas de calçados , bolsas e acessórios instaladas no país.

Os números confirmam a situação que será motivo de encontro nesta quarta-feira (12). No ano passado foram mais de US$ 2,5 bilhões exportados em couros e peles, um recorde histórico.

Já em fevereiro as vendas seguiram em alta e totalizaram US$ 248 milhões, o que representa um crescimento de 31,3% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados preliminares da Secretaria de Comércio Exterior.

As exportações têm o apoio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), que vê este setor como fundamental para melhorar o saldo da balança comercial brasileira.

Porém, quem necessita do couro como matéria-prima acredita que todo esse incentivo que tem sido dado para exportar o produto também pode significar perda de emprego e fechamento de fábricas de calçados no Brasil.

Segundo José Carlos Brigagão do Couto, presidente do Sindicato da Indústria de Calçados de Franca (SP), um levantamento aponta que 90% do couro produzido aqui estaria sendo exportado. "Com a falta do produto no mercado interno, para não parar a produção algumas fábricas estão sendo obrigadas a pagar um valor absurdo pelo couro", afirma.

Um estudo está sendo finalizado e apontará com precisão a situação do setor hoje com relação à falta de couro. "Mas uma coisa é certa, se continuarem exportando cada vez mais, daqui a pouco estarão vendendo 100% do couro nacional e o jeito será parar de fabricar sapato", diz.

O encontro desta quarta reunirá, entre outros, os presidentes da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados), Heitor Klein, e do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, José Fernando Bello. A reunião será realizada em Franca, importante centro produtor de calçados masculinos.

Feiras

Os calçadistas que já reclamam que o Brasil estaria vendendo muito couro devem se preocupar ainda mais daqui em diante, pois estão para acontecer duas grandes feiras que podem representar mais vendas externas. A primeira é a Fimec, a ser realizada entre os dias 18 e 22 de março, em Novo Hamburgo (RS).

A segunda é a APLF MM&T, em Hong Kong, na qual o Brasil marcará presença e com destaque este ano. Ela acontece entre os dias 31 de março e 2 de abril e terá uma série de ações de marketing, comunicação e vendas visando ampliar a presença do couro brasileiro no mercado mundial.

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