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Europa pedirá no G20 consolidação fiscal dos EUA e Japão

Será pedido que os dois países reduzam sua dívida governamental e tenham mais ciência sobre os impactos mundiais das políticas de seus bancos centrais

G20: segundo documento, política monetária deveria continuar sendo direcionada para a estabilidade doméstica dos preços, continuando portanto a amparar a recuperação econômica (REUTERS/Yuri Gripas)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2013 às 11h05.

Bruxelas - A Europa aproveitará a reunião do G20 nesta semana na Rússia para pedir ao Japão e aos Estados Unidos que reduzam sua dívida governamental e tenham mais ciência sobre os impactos mundiais das políticas de seus bancos centrais, conforme mostra um documento da União Europeia.

Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 de grandes economias desenvolvidas e em desenvolvimento vão discutir na sexta-feira e sábado em Moscou formas de impulsionar o crescimento econômico global de forma sustentável.

Em um documento que estipula a posição dos 27 países da União Europeia no encontro, ministros de Finanças do bloco dizem que a falta de acordo acerca de um plano de consolidação fiscal em médio prazo nos EUA gera riscos para a economia global.

"“Diante desse pano de fundo, os EUA deveriam fazer um progresso em tratar dos desafios fiscais de médio e longo prazo que eles enfrentam, e também lidar com a questão do teto da dívida”", disse o texto, obtido pela Reuters.

Os políticos dos EUA devem mergulhar nos próximos meses em um debate sobre em que nível determinar o limite do empréstimo governamental. Isso está criando incertezas nos mercados financeiros, abalando a confiança dos investidores e, consequentemente, as perspectivas de crescimento.

No caso do Japão, a UE acredita que a enorme dívida pública de mais de 200 por cento do PIB também gera riscos, a não ser que Tóquio informe claramente aos investidores como quer eventualmente reduzi-la.

Agravando tais preocupações, o banco central do Japão iniciou o mais intenso programa de estímulo financeiro do mundo para derrotar a deflação e a estagnação do crescimento, prometendo injetar cerca de 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos.

O efeito colateral disso foi uma desvalorização do iene em relação a outras moedas, o que alguns governos do G20 consideram resultar em uma vantagem comercial injusta no comércio exterior.

"Esperamos que o Japão adote um plano confiável de consolidação fiscal em médio prazo que trate dos possíveis efeitos colaterais nos sistemas financeiros doméstico e estrangeiro em decorrência do seu programa de políticas para acabar com a deflação, e que implemente reformas estruturais destinadas a fomentar o crescimento sustentável”", diz o documento da UE.

Por outro lado, o anúncio feito em junho pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, de que pode suspender suas próprias medidas de estímulo monetário no ano que vem também causa preocupação no G20, por ter levado a uma forte valorização do dólar.

“"A política monetária deveria continuar sendo direcionada para a estabilidade doméstica dos preços, continuando portanto a amparar a recuperação econômica, conforme os respectivos mandatos dos bancos centrais, também estando ciente de efeitos colaterais negativos e indesejados decorrentes de períodos prolongados de afrouxamento monetário"”, afirmou o texto.

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Bruxelas - A Europa aproveitará a reunião do G20 nesta semana na Rússia para pedir ao Japão e aos Estados Unidos que reduzam sua dívida governamental e tenham mais ciência sobre os impactos mundiais das políticas de seus bancos centrais, conforme mostra um documento da União Europeia.

Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 de grandes economias desenvolvidas e em desenvolvimento vão discutir na sexta-feira e sábado em Moscou formas de impulsionar o crescimento econômico global de forma sustentável.

Em um documento que estipula a posição dos 27 países da União Europeia no encontro, ministros de Finanças do bloco dizem que a falta de acordo acerca de um plano de consolidação fiscal em médio prazo nos EUA gera riscos para a economia global.

"“Diante desse pano de fundo, os EUA deveriam fazer um progresso em tratar dos desafios fiscais de médio e longo prazo que eles enfrentam, e também lidar com a questão do teto da dívida”", disse o texto, obtido pela Reuters.

Os políticos dos EUA devem mergulhar nos próximos meses em um debate sobre em que nível determinar o limite do empréstimo governamental. Isso está criando incertezas nos mercados financeiros, abalando a confiança dos investidores e, consequentemente, as perspectivas de crescimento.

No caso do Japão, a UE acredita que a enorme dívida pública de mais de 200 por cento do PIB também gera riscos, a não ser que Tóquio informe claramente aos investidores como quer eventualmente reduzi-la.

Agravando tais preocupações, o banco central do Japão iniciou o mais intenso programa de estímulo financeiro do mundo para derrotar a deflação e a estagnação do crescimento, prometendo injetar cerca de 1,4 trilhão de dólares na economia em menos de dois anos.

O efeito colateral disso foi uma desvalorização do iene em relação a outras moedas, o que alguns governos do G20 consideram resultar em uma vantagem comercial injusta no comércio exterior.

"Esperamos que o Japão adote um plano confiável de consolidação fiscal em médio prazo que trate dos possíveis efeitos colaterais nos sistemas financeiros doméstico e estrangeiro em decorrência do seu programa de políticas para acabar com a deflação, e que implemente reformas estruturais destinadas a fomentar o crescimento sustentável”", diz o documento da UE.

Por outro lado, o anúncio feito em junho pelo Federal Reserve, banco central dos EUA, de que pode suspender suas próprias medidas de estímulo monetário no ano que vem também causa preocupação no G20, por ter levado a uma forte valorização do dólar.

“"A política monetária deveria continuar sendo direcionada para a estabilidade doméstica dos preços, continuando portanto a amparar a recuperação econômica, conforme os respectivos mandatos dos bancos centrais, também estando ciente de efeitos colaterais negativos e indesejados decorrentes de períodos prolongados de afrouxamento monetário"”, afirmou o texto.

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