Economia

EUA e UE consideram boa a proposta agrícola do G-20

Impasse na questão agrícola, que trava a Rodada de Doha da OMC, pode ser rompido até o final de julho, caso a aceitação da proposta, feita por Brasil, Índia e África do Sul, não seja apenas retórica<

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

Os Estados Unidos receberam com certa cautela uma proposta formulada pelo G-20 para romper o impasse das negociações agrícolas no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Segundo noticiou hoje (4/6) The Wall Street Journal, os negociadores tentam esboçar, até o final de julho, um texto de consenso para um novo acordo geral de comércio. Eles voltaram a nutrir esperanças de que o documento seja assinado pelos 147 membros da OMC até o final de 2004.

No documento, o G-20, grupo de países em desenvolvimento liderados por Índia, África do Sul e Brasil, retoma o pleito pelo acesso ao mercado agrícola de países desenvolvidos e a eliminação de subsídios à produção e à exportação, que deprimem os preços internacionais das commodities agrícolas, como no caso do algodão.

"Eu creio que o G-20 está seriamente engajado em tentar aplainar essa questão [agrícola]", disse Allen Johnson, negociador-chefe na área agrícola dos EUA. "Penso que as delegações estão tentando aclarar os detalhes de acesso a mercados também. Por isso, estamos satisfeitos por tomar conhecimento da proposta."

Ao mesmo tempo, Carlo Trojan, embaixador da União Européia na OMC, afirmou quinta-feira que "a maioria das partes, inclusive nós mesmos, acolheram bem o documento do G-20", elogiando-o por sua "abordagem construtiva". Já Arancha Gonzalez, porta-voz do comissário de comércio da União Européia, Pascal Lamy, afirmou semana passada que era positivo ver os países em desenvolvimento lançando uma proposta, mas ressalvou a falta de detalhes, em especial sobre como os países desenvolvidos poderiam obter cortes de tarifas.

O comércio internacional sofreu um forte baque pelo retumbante fracasso da última reunião ministerial da OMC em Cancún, em setembro do ano passado. Mas as conversações foram reativadas no mês passado, quando a UE concordou, em princípio, em desmantelar seus subsídios às exportações de produtos agrícolas e baixou a intensidade de sua pressão por novas regras globais sobre investimentos, defesa da concorrência e licitações públicas.

O jornal americano reserva sua própria crítica ao documento do G-20 por "colocar os ônus sobre os países ricos, para que cortem suas tarifas agrícolas, enquanto exigem relativamente pouco dos países mais pobres".

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