Economia

EUA sinalizam flexibilixação de tarifas; Brasil ainda rejeita Alca 2005

Os Estados Unidos estão dispostos a negociar seus subsídios de importação e acelerar as negociações para um comércio global livre de tarifas - e o maior sinal disso não foi dado na Cúpula Extraordinária das Américas, em curso no México, mas durante o final de semana, com o envio de uma carta - assinada por […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

Os Estados Unidos estão dispostos a negociar seus subsídios de importação e acelerar as negociações para um comércio global livre de tarifas - e o maior sinal disso não foi dado na Cúpula Extraordinária das Américas, em curso no México, mas durante o final de semana, com o envio de uma carta - assinada por Robert Zoellick, o negociador do governo Bush aos 148 países membros da Organização Mundial do Comércio (OMC). No texto, os EUA se dizem dispostos a fazer concessões inclusive nos subsídios agrícolas.

O teor da carta de Zoellick deixa claro que George W. Bush irá enfrentar os produtores americanos em pleno ano eleitoral para garantir o livre comércio entre países. De acordo com reportagem do americano The Wall Street Journal, apesar dos riscos internos, não é interesse do governo Bush que as propostas acertadas na Rodada de Doha fiquem estagnadas. Se o presidente vencer as eleições em novembro, o governo quer estar preparado para encerrar as negociações de livre comércio antes da metade de 2005, quando expira o aval dado pelo Congresso ao presidente para negociar acordos comercias, diz o jornal.

Isso explicaria os esforços americanos para incluir a Alca nas discussões da Cúpula das Américas. Apesar deles, o Brasil barrou qualquer tentativa de inclusão da formação da Alca em 2005 nas discussões e nos documentos da Cúpula Extraordinária das Américas convocada pelo Canadá para discutir questões sociais dos países da região. Na reunião com o presidente americano, em Monterrey, na madrugada desta terça-feira (13/1), Lula apresentou a Bush uma proposta de acordo bilateral de isenção de visto em passaportes de cidadãos americanos e brasileiros que circulam entre os dois países. A conversa sobre os vistos foi testemunhada, do lado de lá, pelo Secretário de Estado Colin Powell e a Conselheira da Casa Branca para Seguraça, Condoleezza Rice. Ao final da reunião, Lula reiterou o convite feito em dezembro para que Bush visite o Brasil ainda em 2004.

Teria o Brasil perdido uma boa oportunidade de avançar e conseguir concessões - nas negociações sobre a Alca, já que agora é interesse estratégico para a política de Bush que acordos comerciais saiam com rapidez?

Desde o fracasso do encontro da OMC em Cancun, em setembro do ano passado, os Estados Unidos têm feito pouco pelo pacto de eliminação das tarifas globais. Os críticos do governo Bush dizem que o motivo seriam as eleições deste ano. No entanto, a carta de Zoellick fala que 2004 será um ano em que as expectativas serão superadas e diz que há planos de visitar as principais capitais do mundo.

Brasil vai com a Venezuela
Linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e a presença mais firme da Petrobras nas relações comerciais sobre o gás foram alguns dos temas discutidos por Lula e Hugo Chávez, presidente da Venezuela, durante almoço ontem (12/1). Os dois trataram ainda de políticas bilaterais e projetos de integração, e sobre o G-15, formado por países em desenvolvimento. E combinaram um possível encontro em Caracas, a depender da agenda do presidente brasileiro, segundo informações da agência Brasil.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ao comentar as divergências entre Venezuela e Estados Unidos, disse não achar produtiva a adoção de medidas de isolamento de governos. Acabamos de firmar um acordo entre a Comunidade Andina e o Mercosul, no qual a Venezuela tem papel muito importante", disse ele.
"Nenhuma divergência entre Venezuela e outros países irá abalar a relação intensa que existe entre os dois países."

No encontro com o presidente mexicano Vicente Fox, Lula demonstrou intenção de firmar um acordo entre Mercosul e o México. Segundo Amorim, é preciso trabalhar intensamente para firmar essa parceria. Já tomamos a iniciativa de reconhecer que o comércio bilateral está desequilibrado e o México é parceiro fundamental. Achamos, modestamente, que o Mercosul e a América do Sul também são parceiros fundamentais para o México, diversificando as relações comerciais", afirmou.

Lula também conversou ontem com o presidente do Peru, Alejandro Toledo, a quem apontou como prioritária a integração da América do Sul, apesar de não excluir as negociacoes para a criação da Alca. Os presidentes trataram de questões referentes aos dois paises, entre elas a construção de uma ponte de ligação sobre o rio Acre", disse Amorim.

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