EUA esperam reduzir diferenças em negociações comerciais com a China
Reuniões em Pequim e em Washington buscam equilibrar relações econômicas entre os dois países
AFP
Publicado em 10 de maio de 2018 às 15h49.
O secretário de Comércio dos Estados Unidos , Wilbur Ross, disse nesta quinta-feira (10) que espera ver avanços para reduzir as grandes diferenças com a China nas negociações comerciais, com bilhões de dólares em jogo.
"A brecha é grande", disse Ross em audiência no Congresso, uma semana após liderar uma delegação em Pequim para resolver a disputa.
Uma delegação chinesa de alto escalão vai chegar a Washington na próxima semana. "Tenho a esperança de que avançaremos com eles", afirmou o secretário de Comércio.
Os Estados Unidos ameaçaram aplicar tarifas de 150 bilhões de dólares em importações. Em represália, a China alertou que 50 bilhões de dólares em compras de produtos americanos estão na linha de fogo.
O vice-primeiro-ministro Liu He - considerado o braço direito do presidente chinês em questões econômicas - estará em Washington na próxima semana, após ter liderado diálogos com a delegação americana em Pequim na semana passada, com poucos avanços.
Ross disse que os funcionários americanos apresentaram uma lista detalhadas de requerimentos de mudanças na política comercial da China "produto por produto e quantidade por quantidade". Os bens agrícolas, alvo de represálias da parte de Pequim, ocuparam um lugar de destaque.
A China "respondeu da mesma maneira", com uma contraproposta, e as partes agora estão trabalhando em "um conjunto muito específico de ofertas e demandas".
Em resposta à pergunta de um senador, Ross disse que o presidente Donald Trump ordenou ao Departamento de Agricultura fazer o máximo possível para minimizar o impacto de qualquer tarifa.
"Todos estamos conscientes de que é terrivelmente injusto para uma indústria suportar a pior parte das represálias em nossos esforços para ajudar outras partes da economia", disse Ross.
"Faremos nosso melhor esforço para resolver o problema", acrescentou.
Os Estados Unidos teriam exigido que a China reduza o déficit comercial bilateral em 200 bilhões de dólares ao ano.
A disputa surgiu em março, quando Trump impôs duras tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e de 10% sobre as de alumínio, alegando razões de segurança nacional em um contexto de uma abundância mundial destes metais.
As sanções atingiram tantos países amigos quanto adversários, e desataram ameaças de retaliação de parte da União Europeia.