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EUA decidem apoiar proposta da Europa pelo fim do subsídio agrícola

Para especialista brasileiro, a proposta é "quase infactível" e pode resultar em apenas uma tentativa dos europeus de pressionar outros países

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h18.

Os Estados Unidos decidiram apoiar a iniciativa da União Européia (UE) para eliminar os subsídios à exportação de produtos agrícolas que prejudicam outros países. O secretário de comércio dos Estados Unidos, Robert Zoellick, afirmou que o país poderia se comprometer em banir os subsídios agrícolas que retiram a competitividade de seus parceiros comerciais, segundo noticiou o americano "The Wall Street Journal".

A briga entre europeus e americanso sobre a agricultura tem sido um dos maiores obstáculos para as negociações no comércio internacional. Em razão disso, o pronunciamento de Zoellick é motivo de grande atenção. Entretanto, há uma série de questões a serem resolvidas, entre elas qual será a dimensão de abertura de mercado a ser solicitada aos países em desenvolvimento. Um acordo entre Estados Unidos e União Européia poderá não ser suficiente para garantir o sucesso das conversações sobre o comércio global.

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No início desta semana, a União Européia propôs eliminar cerca de 3,56 bilhões de dólares de subsídios à exportação de produtos agrícolas se os outros países, especialmente os Estados Unidos, fizessem o mesmo. Ao mesmo tempo, a UE sugeriu que os países pobres que são membros da Organização Mundial do Comércio não tivessem que fazer maiores concessões nas negociações de comércio.

No fim das contas, a proposta dos europeus, agora apoiada pelos americanos, poderá se transformar em um grande jogo de cena de dois grandes participantes do comércio global. O presidente do Insituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone), Marcos Jank, afirmou que o plano é "quase infactível". Jank vê na proposta de Lamy e do Comissário europeu de Agricultura, Franz Fischler, o chamado "paralelismo". A Europa está dizendo que para ela eliminar os subsídios à exportação, os outros países devem eliminar "o crédito à exportação, às empresas estatais e, além disso, disciplinar a ajuda alimentar (excedente agrícola enviado a nações pobres em missões humanitárias) ".

"Nós sabemos que os países não vão eliminar o crédito à exportação. O que a União Européia quer é passar a bola para o outro lado numa coisa que é impossível para os países praticarem", afirmou.

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