O crescimento das renováveis nos EUA se deve quase inteiramente ao avanço das energias provenientes do sol e do vento (Germano Lüders/Exame)
Rodrigo Caetano
Publicado em 29 de maio de 2020 às 15h31.
Última atualização em 29 de maio de 2020 às 15h45.
Os Estados Unidos atingiram um marco histórico no setor de energia. Após 134 anos de reinado do carvão como a principal fonte energética, as energias renováveis se tornaram as mais consumidas pelos americanos, no ano passado. A conta leva em consideração todas as modalidades de geração limpa, como eólica, solar e hidrelétrica.
Em 2019, o consumo de renováveis bateu a marca de 11,5 quatrilhões de BTUs, medida padrão de consumo. A eletricidade proveniente do carvão apresentou o sexto ano seguido de queda, encerrando o ano com um consumo de 11,3 quatrilhões, de acordo com EIA, agência federal americana responsável por coletar e analisar estatísticas sobre energia.
O consumo de energia a carvão está no seu menor nível desde 1964, segundo a EIA. Cerca de 90% do carvão consumido no país é utilizado para gerar eletricidade. Em grande parte, essa fonte de energia foi substituída pelo gás natural, tendência que acelerou nos últimos dez anos. A agência atribui o movimento ao baixo preço do gás e ao rápido declínio dos custos de construção de sistemas solares e eólicos.
Em outro marco histórico, a energia eólica ultrapassou a hidrelétrica como a principal fonte limpa dos Estados Unidos. O crescimento das renováveis se deve quase inteiramente ao avanço das energias provenientes do sol e do vento.
O crescimento das fontes renováveis chegou, inclusive, ao Texas, onde está a maior parte da produção de petróleo dos Estados Unidos. O estado concentra um quarto dos projetos de geração eólica atualmente em curso e já é o maior gerador de energia dos ventos do país.
A aposta nas renováveis se mostra acertada neste momento de pandemia. Enquanto a indústria petroleira amarga a maior crise da história, neste ano, o setor de energia limpa será o único a apresentar crescimento no mercado de energia, globalmente, segundo a Agência Internacional de Energia. Embora o avanço esperado seja menor do que 1%, é um valor mais amigável do que os -9,1% do setor de petróleo e os -7,7% do setor carvoeiro.