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EUA adiam aplicação de parte de novas tarifas sobre a China

Parte de novas tarifas, que seriam aplicadas já em setembro, foram adiadas para dezembro; movimento foi bem recebido pelos mercados

Estados Unidos e China: países se acusam mutualmente de concorrência (Hyungwon Kang/Reuters)
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Reuters

Publicado em 13 de agosto de 2019 às 11h29.

Última atualização em 13 de agosto de 2019 às 14h31.

Washington — O governo dos Estados Unidos anunciou que vai adiar, de 1º de setembro para 15 de dezembro, o início da aplicação de tarifas de 10% sobre alguns produtos chineses.

A decisão foi publicada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA minutos após o ministro do Comércio da China ter dito que o vice-Premiê Liu He participou de uma ligação telefônica com autoridades comerciais norte-americanas.

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Liu conversou com o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, e com o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

Os produtos com taxação adiada incluem, por exemplo, telefones celulares, laptops, consoles de videogames, monitores de computador, brinquedos, além de alguns artigos de calçados e vestuários.

Alguns produtos, que não foram especificados, serão retirados da lista de taxação extra por motivos de "saúde, segurança, segurança nacional e outros fatores".

Para alguns itens, no entanto, as tarifas terão reajuste a partir de 1º de setembro, embora os detalhes só devam ser divulgados nas próximas horas.

 

A China apresentou uma representação solene sobre outra proposta dos EUA de elevar as tarifas sobre produtos chineses a partir de 1º de setembro, completou o comunicado.

Autoridades dos EUA e da China concordaram em conversar de novo por telefone dentro de duas semanas.

O mercado financeiro reagiu de forma positiva. Investidores em tecnologia comemoraram e houve uma alta de 2,8% em um índice de estoques de chips, enquanto as ações da Apple subiram mais de 5%.

No Brasil, o anúncio também fez o Ibovespa ter fortes ganhos nessa manhã.

Tensão renovada

Os dois países tiveram um pico de tensão no início de agosto, depois que Trump anunciou a imposição de novas tarifas de 10% sobre importações chinesas avaliadas em US$ 300 bilhões (R$ 1,2 trilhão).

A China, por sua vez, permitiu que sua moeda, o iuan, se enfraquecesse além do nível de 7 iuanes por dólar pela primeira vez em mais de uma década. Mais tarde, o governo chinês disse que deixaria de comprar produtos agrícolas dos EUA.

Os americanos, então, designaram a China oficialmente como uma manipuladora cambial, acusando Pequim de enfraquecer sua moeda deliberadamente

Na última sexta-feira (9), Trump havia ditoque não estava pronto para finalizar um acordo comercial com Pequim, e apontou que podia cancelar as reuniões marcadas para setembro, em um novo ataque.

Risco de recessão global

Alguns especialistas apontaram que a decisão de hoje, que foi muito bem recebida em Wall Street, é um reflexo da crescente preocupação de Trump sobre os impactos da guerra comercial na economia americana.

Para muito além do custo direto das tarifas, a guerra comercial gera incertezas que poderiampesar sobre investimentos, contratações e consumo, aumentando o risco de recessão tanto no país quanto no resto do mundo.

Bancos centrais ao redor do mundo tem realizado afrouxamento monetário em uma tentativa de dar liquidez aos mercados e conter a desaceleração. O Federal Reserve cortou recentemente a taxa de juros pela primeira vez desde a crise financeira de 2008.

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