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"Eu não tenho medo da Alca", diz Furlan

Foto: Germano Lüders São Paulo, 24 de outubro (Portal EXAME) "Eu não tenho medo da Alca." A afirmação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Luiz Fernando Furlan. Temos que superar as diferenças e vender outros produtos [referindo-se a disputas sobre mercados nos EUA e Europa]. Temos que barganhar a entrada de nossos […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

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São Paulo, 24 de outubro (Portal EXAME) "Eu não tenho medo da Alca." A afirmação é do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio exterior, Luiz Fernando Furlan. Temos que superar as diferenças e vender outros produtos [referindo-se a disputas sobre mercados nos EUA e Europa]. Temos que barganhar a entrada de nossos produtos em vários mercados." O ministro, que participou do seminário Brasil em EXAME Como Crescer em 2004, nesta sexta-feira (24/10), em São Paulo, disse que fará um trabalho de costurar acordos bilaterais para vender os produtos brasileiros no mercado comum das Américas. "Não somos um país de coitadinhos. Entendo que temos de nos apresentar no exterior como iguais. O ministro disse estar "tranqüilo" quanto à negociação da entrada do Brasil no bloco.

De acordo com Furlan, o Brasil terá uma corrente comercial de 210 bilhões de dólares, valor previsto no PPA (Plano Plurianual), com um saldo de 15 bilhões de dólares. "Em 2006, serão 100 bilhões de dólares." Segundo ele, o mês de setembro já registrou um crescimento maior nas importações (15%) do que nas exportações (14%), o que mostra a reversão da estagnação econômica.

Mas, para ele, o ano de 2004 será o ano do mercado interno. Furlan acredita que o país está em um ciclo virtuoso de crescimento e que isso será impulsionado por medidas de estímulo, como o uso dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para microcrédito, crédito com desconto em folha de pagamento e liberação do FGTS. O governo vai investir nas áreas de habitação e saneamento, e isso vai incrementar a geração de empregos e movimentar a economia , disse ele.

Ao abrir o debate, o ministro afirmou que o Brasil dividiu os Estados Unidos em vários blocos para fazer negociações regionais. "Sabemos que só a economia da Califórnia é maior que a do Brasil todo, por isso é importante que tenhamos negociadores regionais para garantir a entrada em várias cadeias produtivas do país", disse ele. O ministro negocia a entrada de etanol na Califórnia. "Ao invés de ficarmos batendo sempre nos mesmos assuntos, vamos construir uma agenda positiva."

A mesma estratégia esta sendo adotada na China, onde foi contratada uma empresa de Xangai para prospectar mercado local. "Essas iniciativas mostram que o crescimento de 10% nas exportações no ano que vem não é irreal. Estamos fazendo um trabalho de inteligência comercial", afirmou Furlan. O ministro disse ainda que fechará 2003 visitando cerca de 35 países. Só a Apex, a agência de promoções do governo, investirá 180 milhões de reais em promoção comercial.

"Nosa meta inicial era exportar 70 bilhões de dólares e ter um crescimento de 10%. A meta foi batida, agora é olhar para o mercado interno." O ministro afirmou que um dos itens da reforma tributária é desonerar a carga tributária dos produtos de consumo de massa.

Sobre política industrial, Furlan lembrou que o governo está trabalhando há seis meses em seu desenvolvimento e afirmou que as primeiras medidas serão para desburocratizar as importações e exportações. Depois serão definidas políticas verticais para as cadeias produtivas nacionais.

Planos futuros

Na próxima semana, o ministro estará nos Estados Unidos para reuniões com agências de classificação de risco, como Standart & Poors, e, reuniões da Câmara de Comércio Brasil-EUA, do Conselho das Américas, para reuniões com investidores e com o conselho da Bolsa de Valores de Nova York.

"Risco-país não é só numerologia, mas também percepção", afirmou ele. "Vamos lá contar o que estamos fazendo porque acreditamos que isso vai melhorar a nossa credibilidade". Questionado sobre se a intenção da visita era melhorar o risco, Furlan afirmou: "Com isso podemos contribuir para os resultados". Ele acredita que é preciso "melhorar a percepção do risco".

Furlan acredita que a aprovação das reformas previdenciária e tributária reduzirão o risco-país a cerca de 400 pontos. "Isso e a divulgação do Brasil ajudarão a reduzir o desconhecimento que existe no exterior sobre o potencial do nosso país."

Dívida pública

"O Banco Central está agindo corretamente ao não renovar a dívida do governo atrelada ao dólar", disse Furlan. Segundo ele, o governo brasileiro vem avançando no lançamento de títulos prefixados. "O governo paga um prêmio maior para lançar títulos prefixados, mas fica independente de variáveis que não estão sob seu controle, como o dólar", afirmou. O BC deve deixar de rolar cerca de US$ 4 bilhões em dívidas atreladas ao câmbio que vencem até o final deste ano.

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