Economia

Estudo mostra que cresce o peso de impostos no setor elétrico

Projeções feitas em estudo da empresa de consultoria PriceWaterhouseeCoopers indicam que a carga fiscal sobre o setor elétrico brasileiro pode atingir em 2006 até 51,58%

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

A carga tributária do setor elétrico está crescendo nos últimos anos e pode ser um fator a mais para desestimular os investimentos privados nessa área estratégica. Em 2002, os tributos representavam 35,91% da receita das empresas e este ano deverá chegar a 43,2%. Projeções feitas em estudo da empresa de consultoria PriceWaterhouseeCoopers indicam que a carga fiscal sobre o setor elétrico brasileiro pode atingir em 2006 até 51,58% da receita bruta das empresas, caso todas as hipóteses de alteração da legislação tributária se confirmem. Entre elas, a unificação do ICMS em 25%, como proposto nas Propostas de Emendas Constitucionais que tratam da reforma tributária. Também contribuirá para o aumento da carga a regulamentação de um dispositivo constitucional que prevê a criação de uma nova contribuição social, para substituir a contribuição patronal atualmente destinada ao INSS. O estudo levou em conta 20 tributos federais, estaduais e municipais e encargos trabalhistas, sociais e setoriais que incidem em toda a cadeia produtiva - geração, transmissão e distribuição.

"Além de encarecer os custos, essa carga tributária inibe o consumo e a perspectiva de crescimento maior da demanda", explica o presidente da Câmara Brasileira de Investidores em Energia Elétrica (CBIEE), Cláudio Salles. O estudo mostra ainda que entre 1998 e 2004 os encargos setoriais cobrados dos consumidores tiveram um aumento de 540%, os tributos outros 184% e a tarifa média subiu 128%. São sete encargos criados, por exemplo, para subsidiar o preço da energia em regiões remotas, como Amazonia e para o desenvolvimento de energias alternativas. Para o levantamento, a consultoria reuniu informações de 49 empresas de energia, que respondem por 75,29% da energia elétrica faturada no país em 2004, da ordem de 100 milhões de reais. As 15 entidades do setor que encomendaram o estudo queriam subsidiar o debate sobre os efeitos que eventuais alterações na cobrança de tributos e encargos poderiam provocar no setor elétrico, bem como dar transparência à carga tributária em toda a cadeia produtiva. Até hoje, o cálculo dos tributos é feito apenas sobre a distribuição, deixando de considerar também a geração e a transmissão de energia.
Uma das principais conclusões do estudo é a confirmação de que a carga sobre a energia no Brasil é uma das mais altas do mundo. O consumidor residencial paga uma alíquota de 32% de ICMS (num estado cuja alíquota nominal é de 25%). Já nos Estados Unidos, por exemplo, o peso do Imposto sobre Valor Agregado (IVA, comparável ao ICMS) sobre a tarifa é de 6,5%. No México, 13%.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Acelerada pela Nvidia, Google — e agora Amazon —, startup quer inovar no crédito para PMEs

Cigarro mais caro deve pressionar inflação de 2024, informa Ministério da Fazenda

Fazenda eleva projeção de PIB de 2024 para 3,2%; expectativa para inflação também sobe, para 4,25%

Alckmin: empresas já podem solicitar à Receita Federal benefício da depreciação acelerada