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Estimativas para a inflação anual também recuam

Caso o IPCA fique estável em setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve ceder de 8,73%

"É mais fácil o IPCA ir para 6,50% do que para 7%", disse o economista da LCA Fábio Romão, (Empiricus/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de setembro de 2022 às 09h31.

A expectativa de uma nova queda dos preços em setembro também levou a revisões para baixo nas projeções de inflação do ano por instituições como BofA (6,50% para 5,90%) e Barclays (6,50% para 6,0%). Outras casas, como Daycoval Asset e LCA Consultores, mantiveram as estimativas — de 6,20% e 6,70%, respectivamente —, mas reconheceram viés de baixa para os números.

"É mais fácil o IPCA ir para 6,50% do que para 7%", disse o economista da LCA Fábio Romão, que atribui o viés de baixa na projeção para o ano à possibilidade de novos cortes nos preços de combustíveis e de alívio mais intenso dos alimentos.

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Caso o IPCA fique estável em setembro, a inflação acumulada em 12 meses deve ceder de 8,73%, até agosto, para 7,48% — a menor desde abril de 2021 (6,76%).

Apesar do alívio do número cheio, analistas ouvidos pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) alertam que a dinâmica qualitativa da inflação ainda é preocupante para o Banco Central (BC).

Em relatório, o economista para Brasil do Barclays, Roberto Secemski, lembra que a aceleração da média dos núcleos em agosto (0,53% para 0,66%) superou a mediana do mercado (0,54%) e deixou a taxa em 12 meses praticamente estável, em 10,42%.

"Continuamos acreditando que o ciclo de aperto acabou com a Selic em 13,75%, mas o timing dos cortes será determinado por um declínio consistente dos núcleos de inflação, pelos desenvolvimentos fiscais e pelo comportamento das expectativas de inflação (principalmente as de 2024)", escreve o economista.

IPCA de agosto

Apesar da trégua dos combustíveis e energia elétrica, sete dos nove grupos de custos pesquisados pelo IBGE ainda mostraram aumentos de preços no IPCA de agosto. As famílias pagaram mais por 65% dos itens que compõem o índice.

Os "vilões" no último mês foram os aumentos nos itens de higiene pessoal, plano de saúde, emplacamento e licença de veículo, refeição fora de casa e roupa feminina.

Os alimentos e bebidas subiram menos, mas ainda estão 13,43% mais caros que há um ano.

O grupo Alimentação e Bebidas teve uma elevação de 0,24% em agosto. Houve altas em itens importantes na cesta das famílias, como frango em pedaços (2,87%), queijo (2,58%) e frutas (1,35%).

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