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Esquema de lavagem pagou gastos eleitorais em MT, diz PF

O principal operador do esquema que abasteceu campanhas eleitorais e pagou propina em Mato Grosso agia a mando de Blairo Maggi e Silva Barbosa

Blairo Maggi: Maggi governou Mato Grosso até 2010 (Gervásio Baptista/AGÊNCIA BRASIL)
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Da Redação

Publicado em 22 de maio de 2014 às 09h48.

São Paulo - A Polícia Federal (PF) afirma que o principal operador do esquema de lavagem de dinheiro que abasteceu campanhas eleitorais e pagou propina em Mato Grosso agia a mando do senador Blairo Maggi (PR) e do governador Silva Barbosa (PMDB).

Eder Moraes, ex-secretário da Fazenda de Blairo, está preso em Brasília, acusado de operar milionário esquema de lavagem de dinheiro por meio de instituição financeira clandestina.

Maggi governou Mato Grosso até 2010, quando renunciou para disputar o Senado. Silval, que era o vice, assumiu e foi reeleito naquele ano.

A conclusão da PF tem base, entre outros documentos, em delação premiada feita por um dos principais integrantes do esquema, o empresário Gércio Marcelino Mendonça Filho, que entre 2005 e 2013 concedeu empréstimos em Mato Grosso por meio de uma empresa de factoring e de sua rede de postos de combustíveis, que funcionavam como instituições financeiras clandestinas, conforme o Ministério Público.

Ele decidiu fazer a delação após ser envolvido nas investigações da Operação Ararath, que terça-feira teve a quinta fase desencadeada, na qual foram presos Moraes e o deputado estadual José Riva (PSD).

Mendonça disse aos investigadores que, nas eleições de 2008 e 2010, fez empréstimos a Silval que seriam, segundo relato do governador ao delator, "para fins de campanha eleitoral".

Ele revelou que, em 2008, emprestou R$ 4 milhões para o governador, a pedido do próprio.

"Silval Barbosa relatou ao depoente que o empréstimo era para ser utilizado para as eleições municipais daquele ano para fundos do PMDB", diz a PF.

"Silval afirmou que o governador Blairo Maggi tinha conhecimento de que tomaria dinheiro emprestado em alguma factoring".

Em 2010, segundo Mendonça, Silval o chamou em seu apartamento e lhe pediu R$ 7 milhões, dos quais R$ 4 milhões foram emprestados, a juros de 3% ao ano.

Além disso, ele afirmou ter gasto mais R$ 300 mil para pagar pesquisas eleitorais encomendadas por Barbosa e R$ 150 mil para gastos da convenção do PMDB como ônibus, comida e água. A reportagem não encontrou registros oficiais desses empréstimos como doações para as campanhas.

No caso de Blairo Maggi, as revelações do delator, somadas a documentos obtidos em operações de busca e apreensão, levaram o Ministério Público a concluir que há indicativos de que, em 2009, quando era governador, ele pegou ao menos dois empréstimos em um banco, dissimulando sua condição de tomador. Esses empréstimos estariam relacionados a empresas de Mendonça.

Segundo a Procuradoria, Maggi "obteve" do empresário R$ 4 milhões em favor de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. O conselheiro receberia a quantia para deixar o TCE e abrir a vaga para um aliado do governo.

Defesa. Por meio de sua assessoria, Maggi informou que não tem nenhuma relação com os fatos apontados na Operação Ararath. O senador está "indignado", segundo a assessoria.

Maggi afirmou que "quem está falando em seu nome está mentindo" e disse que "nunca conversou" com o delator e que, quando retornar da Europa, se convidado a depor, "prestará todos os esclarecimentos".

O advogado Ulisses Rabaneda, que representa Silval Barbosa, disse que ainda não teve acesso à integra dos autos da Ararath.

"Sabemos que a sociedade e os meios de comunicação esperam uma manifestação da defesa ou do próprio governador, mas o que sabemos ainda é muito vago." A defesa de Moraes não respondeu às ligações da reportagem. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Somália, país da África Subsaariana, é o país mais corrupto do mundo, de acordo com o estudo elaborado pela ONG transparência internacional. Segundo Chantal Uwimana, diretora regional para África e Oriente Médio da ONG, os conflitos de interesses políticos, tribais, religiosos e geográficos frequentemente interferem nos processos de decisões políticas e têm impacto direto em assuntos governamentais e na luta contra a corrupção.
  • 2. 2º lugar: Coreia do Norte

    2 /10(AFP)

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    O ranking da Transparência Internacional mostra que a Coreia do Norte é o segundo país mais corrupto do mundo, segundo a percepção dos cidadãos. O governo ditatorial de Kim Jong-II contribui para este cenário ao limitar a transparência das decisões políticas e das ações militares.
  • 3. 3º lugar: Mianmar

    3 /10(Christophe Archambault/AFP)

  • Embora países da Ásia venham experimentando fases de intenso crescimento econômico, deixam a desejar em outras áreas, segundo a Transparência Internacional. É o caso, por exemplo, de medidas anticorrupção. Mianmar é um destes países. Ele foi apontado como o terceiro mais corrupto do mundo, segundo a percepção de seus cidadãos. A grande crítica é ao governo do país, que tem feito pouco para combater atos ilegais na esfera pública.
  • 4. 4º lugar: Afeganistão

    4 /10(Shah Marai/AFP)

    O quarto país com mais corrupção no mundo é o Afeganistão, segundo a pesquisa da Transparência Internacional. Segundo Rukshana Nanayakkara, Coordenador da ONG para o Sudeste Asiático, o país e toda a região estão em estado de alerta. “O relatório deste ano é uma clara mensagem para que os governos intensifiquem ações para conter a corrupção”, diz.
  • 5. 5º lugar: Uzbequistão

    5 /10(Getty Images)

    Em países como o Uzbequistão, quinto no ranking dos mais corruptos do mundo, o abismo entre os cidadãos e a elite política é profundo. Segundo Anne Koch, diretora regional para Europa Central e Ásia da Transparência Internacional, nestas nações as medidas de combate à corrupção existem, mas são ineficientes. “Estes países ainda precisam intensificar a transparência em todos os níveis da sociedade”, diz Anne.
  • 6. 6º lugar: Turcomenistão

    6 /10(Wikimedia Commons)

    À semelhança do vizinho Uzbequistão, o Turcomenistão também não tem o que comemorar com a divulgação do ranking de percepção da corrupção da ONG Transparência Internacional. O país é o sexto colocado da lista daqueles em que a população tem maior percepção de corrupção no governo.
  • 7. 7º lugar: Sudão

    7 /10(Getty Images)

    O Sudão ocupa a sétima posição na lista de países onde a percepção de corrupção é maior. Não apenas no país, mas na maior parte da África Subsaariana o sentimento é predominante. Os governos centralizadores e uma complicada teia de interesses políticos, econômicos e étnicos corrompem as decisões e prejudicam a transparência.
  • 8. 8º lugar: Iraque

    8 /10(Wikimedia Commons)

    Em oitavo lugar na lista dos países mais corruptos está o Iraque. Segundo Arwa Hassan, coordenadora para Oriente Médio e Norte da África da ONG Transparência Internacional, a posição do país no ranking reflete o elevado nível de corrupção no setor público e o baixo grau de confiança dos iraquianos nas instituições do país, que são mal administradas.
  • 9. 9º lugar: Haiti

    9 /10(Lee Celano/Getty Images)

    O Haiti é um dos países da América Latina com a maior percepção de corrupção no governo por parte da população, segundo estudo da Transparência Internacional. Alejandro Salas, diretor regional para as Américas da Transparência Internacional diz que, no país, a falta de independência das instituições públicas é um dos principais contribuintes para a elevada percepção de corrupção. O país fica em nono lugar no ranking da ONG.
  • 10. 10º lugar: Venezuela

    10 /10(Juan Barreto/AFP)

    Em décimo lugar na lista de países em que a percepção de corrupção é maior é a Venezuela. Segundo Alejandro Salas, da Transparência Internacional, os processos de reforma democrática no país são recentes, depois de longos anos de regimes autoritários. As principais instituições do país ainda são fracas, e, portanto, mais vulneráveis a corrupção.
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