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Empresas se recuperam na Europa; é o fim da recessão?

Companhias globais estão sinalizando que o pior da recessão no continente europeu já ficou para trás

Entrevista da Daimler sobre os resultados da empresa em Stuttgart, na Alemanha: o pior parece ter ficado para trás (Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 3 de agosto de 2013 às 19h47.

Companhias globais como a fabricante alemã de carros de luxo Daimler AG , a construtora francesa Vinci SA, a IBM e a 3M dizem que o pior da recessão europeia já passou.

Mais da metade das companhias no índice de referência Stoxx Europe 600, que informaram suas vendas do segundo trimestre até agora, superaram as estimativas dos analistas. Ou seja, acima dos 40 por cento do trimestre anterior. Embora boa parte dos ganhos seja resultado das maiores vendas na América do Norte e na Ásia, dessa vez os efeitos da crise de dívida na Europa não ofuscaram os lucros.

O lampejo de otimismo dos executivos soma-se à evidência vinda de relatórios econômicos de que a região começa a sair da uma recessão recorde, em grande parte graças à recuperação da Alemanha. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou, ontem, que os indicadores econômicos sinalizam que o pior já passou na zona do euro, depois que a produção na região aumentou inesperadamente em julho, pela primeira vez em dois anos.

As montadoras da região, que estiveram entre as mais afetadas pela recessão, afirmam que embora possa levar vários anos até o retorno aos níveis de venda de 2009, pelo menos as coisas não piorarão. O índice Stoxx 600 Automobiles Parts registrou o melhor desempenho entre as indústrias na Europa, este ano, aumentando 20 por cento.

Tocando e saindo do fundo

As cifras e vendas na Europa “parecem mostrar que o mercado tocou o fundo do poço no primeiro semestre”, opinou o diretor financeiro da PSA Peugeot Citroën, Jean-Baptiste de Chatillon. A companhia francesa, a segunda maior montadora da região, registrou, no segundo trimestre, perdas operativas menores do que as esperadas pelos analistas, graças aos bons resultados das reduções de custos.

As companhias americanas também estão registrando melhoras na Europa, após queda nas vendas no primeiro trimestre.

“A Europa reduziu seu ritmo de declínio em relação ao trimestre anterior”, disse o diretor financeiro da IBM, Mark Loughridge, em entrevista por telefone. “Nós tivemos melhoras no ritmo de crescimento em vários dos principais países do bloco. No Reino Unido e na Espanha não somente melhoras, mas também crescimento durante o trimestre”.


Mercados mais calmos

As companhias também estão sendo beneficiadas pela maior estabilidade dos mercados europeus, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando foram observadas fortes especulações de que a Grécia e a Itália seriam forçadas a abandonar o euro. Depois do resgate de Chipre, em março, os investidores confiam em que os governos farão o que for necessário para sustentar a moeda única.

No decurso do ano que se seguiu á promessa de Draghi, do BCE, de defender o euro, comprando dívida pública, os custos dos empréstimos para as nações mais endividadas e deficitárias do bloco despencaram, sem que o banco tivesse que gastar um único euro.

“Os indicadores de confiança têm mostrado alguma melhoria após chegarem a níveis baixos e estariam confirmando as expectativas de estabilização da atividade econômica”, declarou Draghi depois que o BCE manteve sua taxa básica de juros em 0,5 por cento.

As empresas de consumo e aquelas que dependem do gasto público são menos otimistas. A suíça ABB Ltd., a maior fabricante de transformadores energéticos, afirmou que um declínio nos investimentos dos governos e empresas de serviços públicos europeus reduziu seu número de pedidos no segundo trimestre. A francesa Danone SA anunciou que continuará reduzindo custos na região – em especial no sul da Europa – para compensar a queda contínua na demanda.

“Em alguns mercados o consumo está complicado, mas em outros a dinâmica de consumo é forte”, disse Ivan Menezes, presidente da Diageo, maior produtora de licor do mundo, que registrou crescimento nas vendas superior às expectativas dos analistas. “O período de desestabilização acabou”.

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Mais da metade das companhias no índice de referência Stoxx Europe 600, que informaram suas vendas do segundo trimestre até agora, superaram as estimativas dos analistas. Ou seja, acima dos 40 por cento do trimestre anterior. Embora boa parte dos ganhos seja resultado das maiores vendas na América do Norte e na Ásia, dessa vez os efeitos da crise de dívida na Europa não ofuscaram os lucros.

O lampejo de otimismo dos executivos soma-se à evidência vinda de relatórios econômicos de que a região começa a sair da uma recessão recorde, em grande parte graças à recuperação da Alemanha. O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, declarou, ontem, que os indicadores econômicos sinalizam que o pior já passou na zona do euro, depois que a produção na região aumentou inesperadamente em julho, pela primeira vez em dois anos.

As montadoras da região, que estiveram entre as mais afetadas pela recessão, afirmam que embora possa levar vários anos até o retorno aos níveis de venda de 2009, pelo menos as coisas não piorarão. O índice Stoxx 600 Automobiles Parts registrou o melhor desempenho entre as indústrias na Europa, este ano, aumentando 20 por cento.

Tocando e saindo do fundo

As cifras e vendas na Europa “parecem mostrar que o mercado tocou o fundo do poço no primeiro semestre”, opinou o diretor financeiro da PSA Peugeot Citroën, Jean-Baptiste de Chatillon. A companhia francesa, a segunda maior montadora da região, registrou, no segundo trimestre, perdas operativas menores do que as esperadas pelos analistas, graças aos bons resultados das reduções de custos.

As companhias americanas também estão registrando melhoras na Europa, após queda nas vendas no primeiro trimestre.

“A Europa reduziu seu ritmo de declínio em relação ao trimestre anterior”, disse o diretor financeiro da IBM, Mark Loughridge, em entrevista por telefone. “Nós tivemos melhoras no ritmo de crescimento em vários dos principais países do bloco. No Reino Unido e na Espanha não somente melhoras, mas também crescimento durante o trimestre”.


Mercados mais calmos

As companhias também estão sendo beneficiadas pela maior estabilidade dos mercados europeus, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando foram observadas fortes especulações de que a Grécia e a Itália seriam forçadas a abandonar o euro. Depois do resgate de Chipre, em março, os investidores confiam em que os governos farão o que for necessário para sustentar a moeda única.

No decurso do ano que se seguiu á promessa de Draghi, do BCE, de defender o euro, comprando dívida pública, os custos dos empréstimos para as nações mais endividadas e deficitárias do bloco despencaram, sem que o banco tivesse que gastar um único euro.

“Os indicadores de confiança têm mostrado alguma melhoria após chegarem a níveis baixos e estariam confirmando as expectativas de estabilização da atividade econômica”, declarou Draghi depois que o BCE manteve sua taxa básica de juros em 0,5 por cento.

As empresas de consumo e aquelas que dependem do gasto público são menos otimistas. A suíça ABB Ltd., a maior fabricante de transformadores energéticos, afirmou que um declínio nos investimentos dos governos e empresas de serviços públicos europeus reduziu seu número de pedidos no segundo trimestre. A francesa Danone SA anunciou que continuará reduzindo custos na região – em especial no sul da Europa – para compensar a queda contínua na demanda.

“Em alguns mercados o consumo está complicado, mas em outros a dinâmica de consumo é forte”, disse Ivan Menezes, presidente da Diageo, maior produtora de licor do mundo, que registrou crescimento nas vendas superior às expectativas dos analistas. “O período de desestabilização acabou”.

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