Exame Logo

Emprego não acompanha reação da indústria

Se os números da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do IBGE relativos a julho mostraram que houve uma interrupção na trajetória de queda da atividade industrial do país, o nível de emprego na indústria paulista em agosto, divulgado nesta quinta-feira (11/9) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostra que o […]

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h44.

Se os números da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do IBGE relativos a julho mostraram que houve uma interrupção na trajetória de queda da atividade industrial do país, o nível de emprego na indústria paulista em agosto, divulgado nesta quinta-feira (11/9) pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), mostra que o estado ainda não acompanhou essa onda de otimismo. No mês passado, foram fechadas 3 940 vagas, mais do que o dobro do número de 1 213 postos registrados em julho, o que representou uma redução de 0,26% na oferta de empregos.

"Até então estávamos trabalhando com a possibilidade de fechar o ano no zero a zero em relação ao ano passado", disse Clarice Messer, diretora do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp. "Mas com esses números, estamos revisando a nossa expectativa".

Veja também

Segundo Clarice, o número negativo surpreendeu a Fiesp. "Achávamos que haveria alguma melhora por estarmos às portas de um novo ciclo de crescimento, e não duvidamos disso", afirmou ela. "Mas saber se essa porta vai se abrir amanhã ou na próxima semana é que difícil."

Para ela, a queda no nível de emprego na indústria em agosto pode ser explicada pelas demissões realizadas por quatro setores muito importantes para a economia do estado. O primeiro deles é a siderurgia, que no acumulado do ano tem um nível de emprego positivo, mas em agosto demitiu. "Nesse caso, as demissões não estão relacionadas a um pior desempenho das empresas", disse Clarice. "Mas a ajustes realizados para reduzir ainda mais os custos porque as margens estão muito reduzidas". O setor de mecânica, também importante, teve um comportamento semelhante. No acumulado do ano os fabricantes de máquinas estão com uma oferta de emprego acumulada de 2,15%, mas em agosto houve uma redução de 0,5%.

Os setores automobilístico e têxtil foram os outros dois setores que ajudaram a puxar para baixo a oferta de empregos no estado. No caso deles, no entanto, o fraco desempenho de agosto não foi uma surpresa. "São setores que não estão no crescente já há algum tempo", disse Clarice. Apesar do resultado ruim acumulado no ano, a indústria têxtil, assim como o segmento de calçados, sofreu com a bagunça das estações. "O inverno não veio quando tinha que vir, as liquidações do varejo começaram mais cedo do que deveriam e o que ocorreu foi um descasamento entre oferta e demanda", afirmou Clarice.

Questionada sobre como o fechamento de vagas poderia influenciar as negociações dos dissídios coletivos que estão por vir, entre eles o dos metalúrgicos, Clarice disse que o embate será difícil. "Uma forma de amenizar as dificuldades seria parcelar o resíduo da recomposição da inflação para o futuro", afirmou Clarice. "É uma boa opção já que há um consenso de que o cenário futuro é positivo".

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame