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Emendas ao projeto de reoneração da folha preocupam governo

Segundo o secretário da Fazenda, preocupação existe porque a manutenção de mais setores da economia no benefício terá impacto nas contas públicas de 2018

Jorge Rachid: nova tentativa já conta com as mesmas emendas que levaram o governo a desistir da MP 774 em agosto (Antonio Cruz/Agência Brasil)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 8 de novembro de 2017 às 19h08.

Brasília - O secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, admitiu nesta quarta-feira, 8, que a grande quantidade de propostas de emendas ao projeto de lei da reoneração da folha de pagamento preocupa o governo, porque a manutenção de mais setores da economia no benefício tributário terá impacto nas contas públicas do próximo ano.

"Estamos buscando a reversão do modelo de desoneração criado em 2011 que concede benefícios para poucos contribuintes e reduz a arrecadação previdenciária", disse Rachid após audiência pública na comissão especial do projeto na Câmara dos Deputados.

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A nova tentativa do governo de acabar com a desoneração da folha de pagamentos já conta com as mesmas emendas que levaram o governo a desistir da MP 774 em agosto, pouco antes de ela caducar. Até o momento, 85 propostas de alteração foram apresentadas ao projeto, a maioria diretamente relacionada com o lobby de setores da indústria e de serviços que desejam manter a desoneração.

E o relator do PL, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), adiantou nesta quarta que seu parecer será bastante diferente do texto original enviado pelo governo no começo de setembro.

Questionado se a Receita recomendará que o presidente Michel Temer vete a manutenção da desoneração para setores que forem incluídos no projeto pelo Congresso, Rachid disse que o Fisco ainda tentará convencer os parlamentares a aprovarem o texto original. "Temos todos os argumentos necessários para isso", afirmou.

Rachid também criticou o relatório da Medida Provisória (MP) 793, que cria o parcelamento do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). O parecer da deputada Tereza Cristina (PSB-MS) elevou os descontos concedidos aos devedores e reduziu de 4% para 2,5% o total do débito que precisa ser pago ainda em 2017, como entrada.

"Do jeito que ficou, o relatório do Funrural concede um perdão quase integral. Lá na frente, os trabalhadores rurais irão precisar receber o benefício. A conta não fecha", afirmou.

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