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Em Davos, economistas melhoram projeções e veem América Latina com crescimento moderado em 2024

Em termos de inflação, a perspectiva majoritária (63%) é de que os preços permaneçam moderados na região da América Latina e Caribe neste ano

Para 30%, a expansão ainda deve ser fraca, enquanto 11% denotam maior otimismo e projetam forte avanço (Ministério da Fazenda/Divulgação)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 18h25.

Última atualização em 15 de janeiro de 2024 às 18h45.

Economistas presentes no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, fizeram um "aumento notável" em suas projeções para o crescimento da América Latina e Caribe neste ano. Apesar de o otimismo ter dobrado frente a 2023, a região deve apresentar expansão moderada neste exercício, em linha com as expectativas para o desempenho global.

Pesquisa feita com 60 economistas-chefes de bancos e empresas do mundo todo e divulgada no Fórum Econômico Mundial nesta segunda-feira, 15, mostra que a maioria (59%) vê a economia da América Latina e Caribe com crescimento moderado em 2024. No ano passado, era cerca de metade disso.

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Para 30%, a expansão ainda deve ser fraca, enquanto 11% denotam maior otimismo e projetam forte avanço.

"Há um aumento notável nas expectativas de crescimento para a América Latina e o Caribe, a África Subsaariana e a Ásia Central, embora as perspectivas continuem a ser de um crescimento globalmente moderado", aponta a pesquisa Chief Economists Outlook, publicada no primeiro dia do Fórum de Davos.

Indicadores elevados

Em termos de inflação, a perspectiva majoritária (63%) é de que os preços permaneçam moderados na região da América Latina e Caribe neste ano. Mais de um quarto, porém, vê o indicador elevado.

Uma melhora significativa foi vista nas perspectivas econômicas para a Europa e os Estados Unidos. O temor da inflação elevada se reduziu drasticamente, com a proporção dos entrevistados que temia um indicador alto ou muito alto caindo de 71% e 47% na pesquisa feita em setembro para apenas 13% na última edição, nesta ordem.

Dois terços dos economistas-chefes ainda esperam inflação moderada na Europa e nos EUA, enquanto a China segue como exceção, com 76% dos entrevistados projetando preços baixos ou muito baixos.

Quanto ao produto interno bruto (PIB) global, mais da metade (56%) espera crescimento fraco neste ano, com sete em cada dez projetando uma aceleração no ritmo da fragmentação geoeconômica. Para 43% dos economistas, as condições da economia mundial permanecerão inalteradas ou mais fortes.

Natureza precária

Segundo a diretora executiva do Fórum Econômico Mundial, Saadia Zahidi, o levantamento reforça a natureza precária do ambiente econômico global. "Em meio a divergências aceleradas, a resiliência da economia global continuará a ser testada neste ano", diz ela, mencionando condições financeiras ainda restritivas a despeito da queda da inflação e o aumento das tensões globais, em especial geopolíticas, assim como das desigualdades.

No entanto, a maioria dos economistas ouvidos espera que as condições financeiras, bem como do mercado de trabalho, sejam mais flexíveis em 2024.

A inflação global continua a diminuir, o que sustenta as expectativas de uma ligeira descida das taxas de juro ao longo do exercício, projetam eles. A inflação global deve cair para 4 8% em 2024, um declínio acentuado frente aos 5,9% de 2023 e aos 9,2% de 2022, dizem, citando projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Entre os economistas que participaram do levantamento publicado no Fórum de Davos, estão nomes como os dos brasileiros Mansueto Almeida, do BTG Pactual, Fernando Honorato Barbosa, do Bradesco, Mário Mesquita, do Itaú Unibanco, e ainda internacionais como Karin Kimbrough, do LinkedIn, Hal Varian, do Google, Paul Donovan, do UBS, e Pierre-Olivier Gourinchas, do Fundo Monetário Internacional (FMI).

A pesquisa foi realizada entre novembro de dezembro de 2023.

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