Em 8ª queda seguida, mercado derruba projeção do PIB brasileiro para 1,71%
Perspectiva é a mais pessimista das últimas semanas, apontando para um ritmo bem mais fraco da indústria
Reuters
Publicado em 22 de abril de 2019 às 09h04.
Última atualização em 22 de abril de 2019 às 09h36.
São Paulo — A estimativa de crescimento econômico do Brasil neste ano voltou a ser reduzida com força na pesquisa Focus que o Banco Central divulgou nesta segunda-feira, com um ritmo esperado para a indústria bem mais fraco.
O levantamento semanal apontou que a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 agora é de um crescimento de 1,71 por cento, de 1,95 por cento na semana anterior, na oitava semana seguida de redução.
O cenário para a produção industrial em 2019 sofreu forte piora, com as contas para o crescimento do setor passando a 1,70 por cento, de 2,30 por cento antes.
A perspectiva para o PIB em 2020 também foi piorada, com os analistas consultados vendo agora uma expansão de 2,50 por cento, 0,08 ponto percentual a menos do que no levantamento anterior. Entretanto, o crescimento da produção industrial permaneceu sendo calculado em 3 por cento.
Inflação
A estimativa de inflação, calculada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), foi ajustada de 4,06% para 4,01% este ano. Para 2020, a previsão segue em 4%. Para 2021 e 2022, também não houve alteração: 3,75%.
A meta de inflação deste ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é 4,25%, com intervalo de tolerância entre 2,75% e 5,75%. A estimativa para 2020 está no centro da meta: 4%. Essa meta tem intervalo de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Para 2021, o centro da meta é 3,75%, também com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. O CMN ainda não definiu a meta de inflação para 2022.
Taxa Selic
Para controlar a inflação, o BC usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic. Para o mercado financeiro, a Selic deve permanecer no seu mínimo histórico de 6,5% ao ano até o fim de 2019.
Para o fim de 2020, a projeção segue em 7,50% ao ano. Para o fim de 2020 e 2021, a expectativa permanece em 8% ao ano.
A Selic, que serve de referência para os demais juros da economia, é a taxa média cobrada nas negociações com títulos emitidos pelo Tesouro Nacional, registradas diariamente no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic).
A manutenção da Selic este ano, como prevê o mercado financeiro, indica que o Copom considera as alterações anteriores nos juros básicos suficientes para chegar à meta de inflação.
Ao reduzir os juros básicos, a tendência é diminuir os custos do crédito e incentivar a produção e o consumo.
Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de ficar acima da meta de inflação.
Quando o Copom aumenta a Selic, a meta é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
Dólar
A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar subiu de R$ 3,70 para R$ 3,75 no fim de 2019 e de R$ 3,78 para R$ 3,80 no fim de 2020.