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Em 6 anos, China passa da 10ª para a 2ª posição em vendas de máquinas ao Brasil

Dados da Abimaq mostram que os equipamentos chineses já representam 14,5% do total de máquinas importadas pelo Brasil

Fábrica na China: câmbio desvalorizado impulsiona as exportações de máquinas (Guang Niu/Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2011 às 18h03.

São Paulo - A "invasão" de produtos chineses também pode ser constatada no setor de bens de capital. Em 2006, apenas 2,1% das máquinas importadas pelo Brasil tinham o selo Made in China. No primeiro trimestre deste ano, o índice saltou para 14,5%, ficando à frente da Alemanha (13,2%).

Um ranking elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostra que a China passou do 10º para o 2º lugar entre os países que mais exportaram equipamentos para o Brasil no período de 2004 a 2010.

Agora, em 2011, os produtores chineses estão consolidando essa posição. Embora os Estados Unidos mantenham uma liderança folgada nesse período, o percentual caiu de 32,4% para 25,3% ( veja tabela na próxima página ).

O presidente da entidade, Luiz Aubert Neto, diz que a China já ultrapassou os Estados Unidos em volume de máquinas vendidas para o Brasil. Só não o fez em valores porque os preços chineses são muito menores (de seis a oito dólares o quilo, segundo a Abimaq).

Aubert Neto critica especulação (Divulgação/Abimaq)

"Na verdade, o total de equipamentos chineses importados pelo Brasil supera a soma dos produtos que vêm dos Estados Unidos e da Alemanha", informa o empresário.

Na sua avaliação, a "agressividade" dos chineses explica esse resultado. "No Brasil, estamos virando simples montadoras. A gente importa as peças e apenas montamos as máquinas. A produção efetiva de equipamentos está diminuindo."

"É aquilo que eu sempre digo. A indústria brasileira é competitiva. Quem não é competitivo é o Brasil. O câmbio a R$ 1,60 (por dólar) está arrebentando o país. Não dá para falar em câmbio livre com a maior taxa de juros do mundo. Deixamos de ser colônia de Portugal e estamos virando colônia da China", afirma Luiz Aubert Neto.


O empresário diz que os juros elevados atraem capital estrangeiro, pressionando o câmbio para baixo. "Quando algum economista fala para deixar o câmbio cair, pergunte para ele em quanto tempo a cotação vai voltar. Ninguém sabe responder. Se a dólar ficar na casa de R$ 1,20 por dois anos seguidos, a indústria brasileira quebra."

Luiz Aubert Neto classifica como "cassino financeiro" as operações com o real. "É interessante que a moeda brasileira é a segunda mais negociada no mundo, atrás apenas do dólar. É pura especulação. Não é preciso ser PhD em economia para saber que é vantajoso pegar dinheiro lá fora e aplicar aqui com essa taxa de juros"

A Abimaq já entrou com três salvaguardas na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o preço dos equipamentos vendidos pela China e está com outros 17 processos em andamento. "Queremos também barreiras técnicas contra os produtos chineses. Precisamos cobrar normas técnicas de segurança desses produtos. Além disso, tratar a China como economia de mercado é brincadeira. Eles exploram a mão-de-obra e não respeitam os direitos. Queremos apenas isonomia", diz o empresário.

Veja a participação de países nas importações de máquinas pelo Brasil:

Fonte: Abimaq
País de origem20042011 (1º trimestre)
Estados Unidos32,4%25,3%
China2,1%14,5%
Alemanha16,5%13,2%
Japão8,3%7,9%
Coreia do Sul1,1%5,5%
Índia0,2%1,0%

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São Paulo - A "invasão" de produtos chineses também pode ser constatada no setor de bens de capital. Em 2006, apenas 2,1% das máquinas importadas pelo Brasil tinham o selo Made in China. No primeiro trimestre deste ano, o índice saltou para 14,5%, ficando à frente da Alemanha (13,2%).

Um ranking elaborado pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) mostra que a China passou do 10º para o 2º lugar entre os países que mais exportaram equipamentos para o Brasil no período de 2004 a 2010.

Agora, em 2011, os produtores chineses estão consolidando essa posição. Embora os Estados Unidos mantenham uma liderança folgada nesse período, o percentual caiu de 32,4% para 25,3% ( veja tabela na próxima página ).

O presidente da entidade, Luiz Aubert Neto, diz que a China já ultrapassou os Estados Unidos em volume de máquinas vendidas para o Brasil. Só não o fez em valores porque os preços chineses são muito menores (de seis a oito dólares o quilo, segundo a Abimaq).

Aubert Neto critica especulação (Divulgação/Abimaq)

"Na verdade, o total de equipamentos chineses importados pelo Brasil supera a soma dos produtos que vêm dos Estados Unidos e da Alemanha", informa o empresário.

Na sua avaliação, a "agressividade" dos chineses explica esse resultado. "No Brasil, estamos virando simples montadoras. A gente importa as peças e apenas montamos as máquinas. A produção efetiva de equipamentos está diminuindo."

"É aquilo que eu sempre digo. A indústria brasileira é competitiva. Quem não é competitivo é o Brasil. O câmbio a R$ 1,60 (por dólar) está arrebentando o país. Não dá para falar em câmbio livre com a maior taxa de juros do mundo. Deixamos de ser colônia de Portugal e estamos virando colônia da China", afirma Luiz Aubert Neto.


O empresário diz que os juros elevados atraem capital estrangeiro, pressionando o câmbio para baixo. "Quando algum economista fala para deixar o câmbio cair, pergunte para ele em quanto tempo a cotação vai voltar. Ninguém sabe responder. Se a dólar ficar na casa de R$ 1,20 por dois anos seguidos, a indústria brasileira quebra."

Luiz Aubert Neto classifica como "cassino financeiro" as operações com o real. "É interessante que a moeda brasileira é a segunda mais negociada no mundo, atrás apenas do dólar. É pura especulação. Não é preciso ser PhD em economia para saber que é vantajoso pegar dinheiro lá fora e aplicar aqui com essa taxa de juros"

A Abimaq já entrou com três salvaguardas na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra o preço dos equipamentos vendidos pela China e está com outros 17 processos em andamento. "Queremos também barreiras técnicas contra os produtos chineses. Precisamos cobrar normas técnicas de segurança desses produtos. Além disso, tratar a China como economia de mercado é brincadeira. Eles exploram a mão-de-obra e não respeitam os direitos. Queremos apenas isonomia", diz o empresário.

Veja a participação de países nas importações de máquinas pelo Brasil:

Fonte: Abimaq
País de origem20042011 (1º trimestre)
Estados Unidos32,4%25,3%
China2,1%14,5%
Alemanha16,5%13,2%
Japão8,3%7,9%
Coreia do Sul1,1%5,5%
Índia0,2%1,0%
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