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Eleição enerva o mercado financeiro

A sexta-feira foi um dia de forte tensão no mercado financeiro. As ações caíram e o dólar e os juros subiram, encerrando de maneira nervosa uma semana que começou sem novidades. A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 2,9% na sexta-feira. A queda acumulada na semana é de 6,4%. O dólar fechou em alta […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

A sexta-feira foi um dia de forte tensão no mercado financeiro. As ações caíram e o dólar e os juros subiram, encerrando de maneira nervosa uma semana que começou sem novidades. A Bolsa de Valores de São Paulo caiu 2,9% na sexta-feira. A queda acumulada na semana é de 6,4%. O dólar fechou em alta de 0,85%, a 2,364 reais, maior cotação desde o dia 8 de março.

A primeira reviravolta nas expectativas dos operadores ocorreu na noite da quarta-feira, dia 20 de março. O Comitê de Política Monetária (Copom) frustrou as expectativas e reduziu os juros em apenas 0,25 ponto percentual. As apostas do mercado eram de um corte mais significativo nas taxas, de 0,5 ou até 0,75 ponto percentual. "Muita gente perdeu dinheiro", disse um operador de um banco internacional com uma das tesourarias mais atuantes do mercado. "Quem montou estratégias prevendo um corte maior do que o realizado teve de sair correndo para reverter o prejuízo."

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Na sexta-feira, o que afetou foram as expectativas com relação ao noticiário do fim de semana. Circularam fortes rumores de que as revistas semanais que vão chegar às bancas a partir deste sábado deverão trazer denúncias contra o presidente Fernando Henrique Cardoso e o candidato do PSDB, José Serra. Nada excepcional para épocas de eleição, mas combustível para turbinar a volatilidade dos ativos financeiros. O que os operadores discutem é qual será o perfil político do novo governo.

A aposta majoritária hoje é de um segundo turno entre o candidato do PSDB e o candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, que seria novamente derrotado. "O mercado já está contando com o Serra na presidência", diz um experiente operador da Bolsa de Valores de São Paulo.

Esse cenário vai obrigar os administradores de dinheiro a incluir algo inédito na história política recente em seus cálculos: a possibilidade de uma oposição de direita ao governo. Um eventual governo Serra deverá ser sustentado pelo PSDB e pelo PMDB, dizem os operadores, com pouco espaço para o PFL. "É um partido grande, que pode fazer falta na hora de votações importantes", diz um operador de um banco de varejo brasileiro.

Para o cientista político brasiliense Walder de Góes, essa preocupação é insustentável. Um PFL na oposição deveria perder alguns quadros importantes, que vão se bandear para o governo. Os remanescentes farão oposição, sim, mas sem afetar a governabilidade. "Um eventual governo Serra será de centro", diz Góes. "É natural que ele provoque movimentos de oposição tanto à direita quanto à esquerda". No entanto, para ele essa nova correlação de forças no Congresso não deverá afetar a governabilidade.

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