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Economistas comemoram PIB e esperam aumento dos juros

São Paulo - O crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2010 anunciado hoje (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi considerado positivo pelo presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon) Carlos Alberto Saflate. Apesar do número não ter sido uma surpresa, Saflate disse […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.

São Paulo - O crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre de 2010 anunciado hoje (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) foi considerado positivo pelo presidente do Conselho Regional de Economia de São Paulo (Corecon) Carlos Alberto Saflate. Apesar do número não ter sido uma surpresa, Saflate disse que o crescimento superou "um pouco a expectativa".

"Os reflexos se mantiveram até esse primeiro trimestre deste ano como, por exemplo, a queda da taxa de juros e a redução dos impostos, principalmente IPI [Imposto sobre Produtos Industrializados] nos automóveis e eletroeletrônicos", afirmou ele, em entrevista por telefone à Agência Brasil.

Para Saflate, o número é ainda mais positivo se for considerado que ainda existe uma crise mundial. "Não se pode esquecer que o mundo está em crise. Na Europa, todos os países estão em crise. E num momento desses o Brasil crescendo a essas taxas é uma notícia muito auspiciosa", ressaltou.

O resultado também foi considerado positivo por André Rebelo, gerente do departamento de economia da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "É um PIB positivo. A gente já esperava essa retomada". Rebelo elencou uma série de fatores para explicar o crescimento do PIB. "Acho que a superação da crise, a reversão de expectativa dos agentes e, principalmente, da ação de política econômica do governo de forte redução dos compulsórios, de forte redução das taxas de juros e de aumento dos gastos. E da política de crédito dos bancos públicos e da desoneração dos bens públicos duráveis".

Apesar da forte expansão do PIB, os economistas lembraram que o país não vai suportar um crescimento muito rápido, o que poderia gerar inflação.

"O nosso limite de crescimento é na faixa de 5% ao ano. E o nosso crescimento anualizado está em 6% ou 6,5%, que é a expectativa para 2010. Toda vez que ultrapassar esses 5%, esgota a nossa capacidade instalada. Estamos trabalhando com um nível de ocupação da nossa capacidade produtiva em torno de 85%, muito próximo do limite. E esse limite exigiria novos investimentos", afirmou Saflate.

"Para o país crescer 7% ou 8%, precisa estar investindo entre 25% e 28% do PIB. E está investindo 20%. Mas acredito que esse movimento seja permanente. Começamos forte nesse primeiro trimestre, porque a base de comparação é muito fraca. Já estamos tendendo naturalmente a resfriar", disse Rebelo.

Para amanhã, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), os economistas estimam que deve ocorrer um novo aumento da taxa básica de juros, a Selic. Para o presidente do Corecon, o aumento deve ser de 0,75%. Rebelo, no entanto, não vê motivos para o aumento, já que os dados dos últimos meses têm mostrado uma inflação mais baixa.

Por meio de nota à imprensa, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio) também considerou positivo o crescimento do PIB, mas ressaltou que um eventual aumento da Selic “pode comprometer o bom momento econômico do país”. Para a Fecomércio, o resultado do PIB se deve "ao consumo interno, aliado ao crédito crescente".

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