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Economista questiona se mercado interno conseguirá sustentar economia

Alguns especialistas têm dúvidas se a redução sobre o IPI dos eletrodomésticos será suficiente para manter o crescimento econômico do Brasil

Dados do Banco Central mostram que o nível de endividamento está muito alto, o que pode comprometer o poder de compra das famílias, mesmo com a redução do IPI (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2011 às 12h53.

Rio de Janeiro – A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados ( IPI ) dos eletrodomésticos da linha branca, anunciada hoje (1º) pelo Ministério da Fazenda, deve surtir efeitos positivos na economia. No entanto, especialistas têm dúvidas se o estímulo ao mercado interno será suficiente para manter o crescimento econômico do país.

De acordo com o pesquisador na área de finanças públicas e crédito da Fundação Getulio Vargas (FGV) Gabriel Leal de Barros, a redução do IPI para a linha-branca já foi adotada, com sucesso, em 2009, para enfrentar a crise econômica mundial.

No entanto, dois anos depois, dados do Banco Central mostram que o nível de endividamento das famílias brasileiras está muito alto, o que pode comprometer seu poder de compra, mesmo com a redução do IPI.

“Até onde esse estímulo do mercado interno via aumento do consumo das famílias se sustenta dado o atual nível de endividamento das famílias? Até onde é possível avançar dado esse estoque de dívida que as famílias têm hoje em mãos?”, questiona Barros.

Segundo ele, outra questão é saber que impactos a desoneração do setor industrial pode ter na arrecadação do governo federal. “Nós ainda não temos uma medida de quanto isso vai custar em termos fiscais, de qual o tamanho dessa desoneração. É claro que toda desoneração, na medida em que vai incentivar o consumo, gera um efeito multiplicador na economia. Mas qual o impacto disso? A questão fiscal está muito apertada. O governo não tem muitas condições de abrir mão de receitas”, disse.

De acordo com o pesquisador, é preciso aguardar os efeitos dessa medida, para saber se o governo precisará adotar novas políticas contra a crise econômica mundial.

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De acordo com o pesquisador na área de finanças públicas e crédito da Fundação Getulio Vargas (FGV) Gabriel Leal de Barros, a redução do IPI para a linha-branca já foi adotada, com sucesso, em 2009, para enfrentar a crise econômica mundial.

No entanto, dois anos depois, dados do Banco Central mostram que o nível de endividamento das famílias brasileiras está muito alto, o que pode comprometer seu poder de compra, mesmo com a redução do IPI.

“Até onde esse estímulo do mercado interno via aumento do consumo das famílias se sustenta dado o atual nível de endividamento das famílias? Até onde é possível avançar dado esse estoque de dívida que as famílias têm hoje em mãos?”, questiona Barros.

Segundo ele, outra questão é saber que impactos a desoneração do setor industrial pode ter na arrecadação do governo federal. “Nós ainda não temos uma medida de quanto isso vai custar em termos fiscais, de qual o tamanho dessa desoneração. É claro que toda desoneração, na medida em que vai incentivar o consumo, gera um efeito multiplicador na economia. Mas qual o impacto disso? A questão fiscal está muito apertada. O governo não tem muitas condições de abrir mão de receitas”, disse.

De acordo com o pesquisador, é preciso aguardar os efeitos dessa medida, para saber se o governo precisará adotar novas políticas contra a crise econômica mundial.

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