Economista do Banco Mundial alerta para crises da dívida entre emergentes
Economista-chefe da instituição diz que levará “alguns anos” até que a economia global registre o mesmo nível do PIB visto antes da pandemia
Fabiane Stefano
Publicado em 24 de novembro de 2020 às 09h43.
Última atualização em 24 de novembro de 2020 às 10h31.
O número de países em desenvolvimento com crises da dívida deve crescer nos próximos meses, de acordo com Carmen Reinhart, economista-chefe do Banco Mundial. Muitas economias de baixa renda e vários mercados emergentes correm risco de se juntar à Venezuela, ao Líbano, Argentina, Equador e Zâmbia na lista de crises da dívida soberana, disse a economista, sem identificar os candidatos mais prováveis.
“Não precisam estar com o drama de um default, mas ainda precisarão de reestruturações e irão ao FMI para programas e assim por diante”, disse Reinhart à Bloomberg TV.
A especialista em dívida nascida em Cuba disse que levará “alguns anos” até que a economia global registre o mesmo nível do PIB visto antes da pandemia. O desafio para mercados emergentes é que os fluxos de capital privado foram significativamente reduzidos, aumentando sua dependência de financiamento do Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial e outros bancos de desenvolvimento.
“O poder de fogo é muito limitado”, disse Reinhart. “Não se trata inteiramente de não avaliar bem a seriedade do que é necessário, mas também da capacidade de mais de 100 países” conseguirem oferecer esse estímulo, afirmou.