Economia

Economia do governo é a maior da história em um mês de março

Setor público economizou R$ 12,3 bilhões em março, o equivalente a 8% do PIB, para o pagamento de juros. Montante representa o maior superávit primário de um mês de março desde o início da série em 1991

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.

O setor público bateu recorde na poupança de recursos para pagar juros em março. União, estados, municípios e empresas estatais conseguiram no mês passado superávit primário de 12,26 bilhões de reais, o mais alto resultado para o mês desde o início da divulgação da série pelo Banco Central em 1991. O montante representa 8% do Produto Interno Bruto (PIB) e bate recorde registrado em março do ano passado (7,6% do PIB). "Março reflete o resultado de fevereiro que, geralmente, é fraco", diz Bráulio Borges, economista da LCA Consultores. "Mas houve uma contenção recorde de gastos."

No últimos 12 meses fechados em março, o superávit primário acumulado corresponde a 4,8% do PIB, acima da meta ajustada de 4,1%. Esse percentual corresponde à meta de superávit fiscal (4,25%) descontados os investimentos em infra-estrutura. No período, a economia chega a 88,3 bilhões de reais. De janeiro a março deste ano, o saldo positivo equivale a 6,2% do PIB, cerca de 27,68 bilhões de reais. Detalhando o desempenho de cada esfera do setor público, verifica-se que o governo central conseguiu em março um saldo positivo de 7,205 bilhões de reais, os governos estaduais, 1,742 bilhão, e as estatais, 3,311 bilhões.

Combinando o superávit primário em doze meses (4,8%) com a apreciação cambial (a valorização do real frente ao dólar), Borges destaca a redução da dívida externa e da dívida pública atrelada à variação cambial. "Isso resulta em um déficit nominal [resultado após pagamento de juros] de 2% do PIB, um nível bastante baixo", diz o analista. "O Tratado de Maastricht [que estabeleceu as condições macroeconômicas para integrar a União Européia] estabelece 3% do PIB como nível aceitável de déficit nominal."

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