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E agora, será que Cuba aceitará o aluguel de Guantánamo?

Acordo que permite uso do território cubano para base americana prevê pagamento de "duas mil moedas de ouro" por ano

Bandeira dos Estados Unidos na base naval de Guantánamo: "há uma violação generalizada e sistemática de direitos humanos" em Guantánamo, diz CIDH (Chantal Valery/AFP)

João Pedro Caleiro

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 17h42.

São Paulo - No anúncio histórico de ontem, que determinou o começo da normalização das relações entre Cuba e Estados Unidos , um tema ficou curiosamente fora da pauta: Guantánamo.

A base americana em pleno território cubano já tem mais de um século e foi estabelecida como parte de um tratado de 1903, que deu aos EUA o controle da área sem retirar de Cuba a soberania.

Foi este limbo jurídico, aliás, que justificou a escolha do local como destino de centenas de prisioneiros da guerra contra o terror, sujeitos desde então a graves violações de direitos humanos.

Outra cláusula estabelecia um pagamento de duas mil moedas de ouro por ano como aluguel, o equivalente a cerca de US$ 4.085 em valores atuais.

Desde 1959, ano da revolução, Cuba não reconhece o tratado e se recusa a aceitar o pagamento - que segundo papéis do Departamento de Estado americano, tem sido feito religiosamente.

Tecnicamente, no entanto, o acordo entre os países poderia até ser anulado, já que prevê originalmente que Guantánamo deveria servir apenas como centro naval e de reabastecimento - o que, obviamente, não aconteceu.

Medidas

Mesmo que Cuba começasse a aceitar os pagamentos, eles não seriam grande coisa diante das outras medidas econômicas anunciadas ontem.

O turismo na ilha deve ser o maior beneficiado pela menor restrição a viagens de americanos, que também poderão passar a usar cartões de débito e crédito e trazer de volta um valor maior em produtos como bebidas e cigarros.

O limite para remessas de quem mora nos Estados Unidos para Cuba será ampliado de US$ 500 para US$ 2 mil dólares por trimestre. É uma fortuna para os padrões da ilha, que já recebe no total cerca de US$ 2 bilhões por ano do vizinho desta forma.

Toda ajuda é bem-vinda. Cuba depende de poucas fontes para se financiar, como a exportação de médicos, e deve registrar em 2014 seu menor crescimento desde 2008.

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São Paulo - No anúncio histórico de ontem, que determinou o começo da normalização das relações entre Cuba e Estados Unidos , um tema ficou curiosamente fora da pauta: Guantánamo.

A base americana em pleno território cubano já tem mais de um século e foi estabelecida como parte de um tratado de 1903, que deu aos EUA o controle da área sem retirar de Cuba a soberania.

Foi este limbo jurídico, aliás, que justificou a escolha do local como destino de centenas de prisioneiros da guerra contra o terror, sujeitos desde então a graves violações de direitos humanos.

Outra cláusula estabelecia um pagamento de duas mil moedas de ouro por ano como aluguel, o equivalente a cerca de US$ 4.085 em valores atuais.

Desde 1959, ano da revolução, Cuba não reconhece o tratado e se recusa a aceitar o pagamento - que segundo papéis do Departamento de Estado americano, tem sido feito religiosamente.

Tecnicamente, no entanto, o acordo entre os países poderia até ser anulado, já que prevê originalmente que Guantánamo deveria servir apenas como centro naval e de reabastecimento - o que, obviamente, não aconteceu.

Medidas

Mesmo que Cuba começasse a aceitar os pagamentos, eles não seriam grande coisa diante das outras medidas econômicas anunciadas ontem.

O turismo na ilha deve ser o maior beneficiado pela menor restrição a viagens de americanos, que também poderão passar a usar cartões de débito e crédito e trazer de volta um valor maior em produtos como bebidas e cigarros.

O limite para remessas de quem mora nos Estados Unidos para Cuba será ampliado de US$ 500 para US$ 2 mil dólares por trimestre. É uma fortuna para os padrões da ilha, que já recebe no total cerca de US$ 2 bilhões por ano do vizinho desta forma.

Toda ajuda é bem-vinda. Cuba depende de poucas fontes para se financiar, como a exportação de médicos, e deve registrar em 2014 seu menor crescimento desde 2008.

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