Economia

Dívida interna cresce 0,5% em janeiro e soma R$ 984,9 bi

Sobe a participação de papéis indexados a índices de preços. Prazo médio da dívida também aumenta

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

Cinco cortes consecutivos da taxa básica de juros não foram suficientes para impedir um novo aumento da dívida pública federal. Segundo relatório do Banco Central (BC), divulgado nesta quarta-feira (15/2), em janeiro, a dívida mobiliária interna subiu 0,5% sobre dezembro e atingiu 984,9 bilhões de reais. Desde setembro de 2005, o BC vem cortando a taxa básica de juros, que remunera mais da metade dos títulos públicos em poder do mercado. O montante ainda deve crescer nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF, que estabelece as diretrizes da dívida pública), em 2006, a cifra ficará entre 1,13 e 1,20 trilhão de reais.

Segundo o BC, os papéis atrelados à Selic perderam participação de dezembro para janeiro, mas a evolução positiva foi neutralizada sobretudo pelo crescimento dos títulos vinculados a índices de preço. Do total da dívida mobiliária interna, os papéis remunerados pela Selic caíram de 522,15 bilhões de reais para 518,05 bilhões de dezembro para janeiro. Com isso, sua fatia sobre a dívida total baixou de 53,30% para 52,60%. Em contrapartida, os títulos que seguem índices de inflação alcançaram 188,59 bilhões de reais, contra 152,19 bilhões na mesma comparação. Sua parcela na dívida subiu de 15,53% para 19,15%, após as operações de swap.

Já os papéis prefixados totalizaram 263,01 bilhões de reais, contra 272,9 bilhões - caindo de 27,86% para 26,70% do total da dívida. Os títulos vinculados à TR baixaram para 20,85 bilhões, ante 21,01 bilhões em dezembro. Seu peso baixou de 2,14% para 2,12%. Os papéis títulos cambiais, que em dezembro representavam 11,40 bilhões de reais (1,16% do total mensal), fecharam janeiro com valor negativo de 5,56 bilhões de reais.

Prazos

O perfil da dívida apresentou uma pequena melhora no último mês. O prazo médio dos papéis emitidos em ofertas públicas subiu de 33,3 meses, em dezembro, para 36,4 meses em janeiro. Se, sobre o total da dívida, os papéis remunerados pela inflação exerceram efeito negativo, em relação aos prazos médios, seu reflexo foi favorável. De acordo com o BC, o alongamento da dívida deveu-se principalmente à maior participação desses títulos, que possuem prazos mais estendidos.

Já o prazo médio dos papéis em estoque evoluiu de 27,4 para 28,8 meses. A meta do governo é aumentar ainda mais os vencimentos. Segundo o PAF 2006, o prazo dos papéis em estoque deve ficar entre 30 e 35 meses.

O maior crescimento dos prazos, em janeiro, ocorreu na parcela de títulos de médio prazo. A fatia de papéis que vencerá nos próximos 12 meses baixou de 41,64% para 40,57% de dezembro para janeiro. Na mesma comparação, os vencimentos nos próximos 1 a 2 anos baixaram de 25,86% para 20,03%; e os com prazo de 2 a 3 anos recuaram de 15,39% para 14,41% do total da dívida. Em compensação, os títulos com prazo de 3 a 4 anos subiram de 6,87% para 7,55%; e os com vencimento de 4 a 5 anos avançaram de 1,88% para 4,14%.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Economia

Coisas assim levaram ao impeachment de Dilma, diz Meirelles sobre desconfiança com contas públicas

Mercado de trabalho permanece aquecido e eleva desafios à frente

Caged: Brasil criou 232 mil vagas de trabalho em agosto

Pacote de auxílio econômico para companhias aéreas será de R$ 6 bi