Diretora do FMI espera redução nas tensões internacionais em seis meses
Lagarde afirmou que a guerra comercial entre EUA e China não provocará uma recessão mundial, mas afetará o ritmo de crescimento em relação ao ano passado
EFE
Publicado em 16 de maio de 2019 às 17h02.
Nursultan — A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional ( FMI ), Christine Lagarde, disse nesta quinta-feira que espera uma redução nas tensões internacionais nos próximos seis meses, especialmente entre Estados Unidos e China .
Lagarde fez as declarações durante um discurso no Fórum Econômico de Astana, realizado em Nursultan, capital do Cazaquistão. No evento, a diretora do FMI analisou os riscos para a economia global e falou sobre a guerra comercial entre americanos e chineses.
Apesar de prever um cenário internacional mais calmo no segundo semestre, Lagarde ressaltou que não é possível ter absoluta segurança de que EUA e China resolverão seus impasses comerciais.
Há vários meses, os dois países travam uma guerra econômica iniciada pelo governo de Donald Trump e, mesmo com várias rodadas de negociação, ainda não houve um acordo para pôr fim ao conflito.
A aplicação de tarifas sobre a importação de produtos chineses e as retaliações do governo de Xi Jinping às medidas tomadas pela Casa Branca provocam incertezas sobre a evolução da economia mundial.
Em função das tensões, o FMI diminuiu em abril em dois décimos as previsões de crescimento global em 2019, para 3,3%.
A diretora-gerente do FMI explicou que a guerra comercial entre EUA e China não provocará uma recessão mundial, mas afetará o ritmo de crescimento em relação ao ano passado, que foi de 3,6%.
Lagarde ainda disse confiar que a economia global superará o problema em 2020, projetando um avanço do PIB mundial de 3,6%.
Sobre a Ásia Central, Lagarde defendeu a promoção do crescimento inclusivo e que o potencial das economias da região seja melhor aproveitado. Como exemplo, a diretora-gerente do FMI citou que apenas 45% da população adulta da região tem conta bancária, o que é, segundo ela, 20% menos do que outros mercados em desenvolvimento.
"Se os países da Ásia Central aproveitarem as possibilidades das tecnologias financeiras modernas, como fizeram outras economias em desenvolvimento, melhorará a situação dos pobres, das mulheres e dos jovens", afirmou Lagarde.