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Dilma pede na ONU coordenação econômica e fim da guerra cambial

Presidente disse que os países precisam buscar o equilíbrio fiscal e aproveitou para relembrar o recente impasse sobre a elevação do teto da dívida dos EUA

Dilma defendeu uma coordenação política e econômica maior entre os países e os organismos multilaterais e fez um apelo pelo fim da guerra cambial (Shannon Stapleton/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de setembro de 2011 às 15h13.

Nações Unidas - A presidente Dilma Rousseff defendeu na Assembleia Geral da ONU uma coordenação política e econômica maior entre os países e os organismos multilaterais e fez um apelo pelo fim da guerra cambial.

"O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política", disse Dilma.

"Não haverá retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como G20, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e outros organismos", acrescentou.

Em meio ao agravamento da crise econômica global, Dilma defendeu que a Organização das Nações Unidas e os demais organismos multilaterais "precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica."

"As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas, que por sua vez, levam a um círculo vicioso", acrescentou, ressaltando a necessidade de se combater o protecionismo.

Dilma disse que os países precisam buscar o equilíbrio fiscal e aproveitou para remeter ao recente impasse sobre a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, quando os dois maiores partidos travaram uma batalha política que quase levou o país ao default.

"Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento", disse. "Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade."

Dilma disse que a reforma das instituições financeiras multilaterais precisa prosseguir de modo a aumentar a participação de países emergentes, "principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial".


"Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais."

Guerra Cambial

Dilma aproveitou também para defender a necessidade de combate ao protecionismo e o fim da chamada guerra cambial, lembrando que isso depende tanto do regime de câmbio como da política monetária praticada pelos países.

"É preciso impor controles à guerrra cambial com a adoção do regime de câmbio flutuante", disse.

"Trata-se de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo."

A atual política monetária dos Estados Unidos extremamente frouxa, após o chamado "quantitative easing", tem sido apontada por autoridades econômicas brasileiras como uma das razões para a forte valorização que o real vinha enfrentando nos últimos meses. Em setembro, a moeda brasileira se desvalorizou em meio aos temores de um agravamento da crise da dívida na Europa.

Como o presidente do Brasil, por tradição, é quem sempre faz o primeiro discurso da Assembleia Geral da ONU, essa foi a primeira vez que uma mulher teve essa oportunidade.

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Nações Unidas - A presidente Dilma Rousseff defendeu na Assembleia Geral da ONU uma coordenação política e econômica maior entre os países e os organismos multilaterais e fez um apelo pelo fim da guerra cambial.

"O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política", disse Dilma.

"Não haverá retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como G20, o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e outros organismos", acrescentou.

Em meio ao agravamento da crise econômica global, Dilma defendeu que a Organização das Nações Unidas e os demais organismos multilaterais "precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica."

"As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas, que por sua vez, levam a um círculo vicioso", acrescentou, ressaltando a necessidade de se combater o protecionismo.

Dilma disse que os países precisam buscar o equilíbrio fiscal e aproveitou para remeter ao recente impasse sobre a elevação do teto da dívida dos Estados Unidos, quando os dois maiores partidos travaram uma batalha política que quase levou o país ao default.

"Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento", disse. "Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade."

Dilma disse que a reforma das instituições financeiras multilaterais precisa prosseguir de modo a aumentar a participação de países emergentes, "principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial".


"Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais."

Guerra Cambial

Dilma aproveitou também para defender a necessidade de combate ao protecionismo e o fim da chamada guerra cambial, lembrando que isso depende tanto do regime de câmbio como da política monetária praticada pelos países.

"É preciso impor controles à guerrra cambial com a adoção do regime de câmbio flutuante", disse.

"Trata-se de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo."

A atual política monetária dos Estados Unidos extremamente frouxa, após o chamado "quantitative easing", tem sido apontada por autoridades econômicas brasileiras como uma das razões para a forte valorização que o real vinha enfrentando nos últimos meses. Em setembro, a moeda brasileira se desvalorizou em meio aos temores de um agravamento da crise da dívida na Europa.

Como o presidente do Brasil, por tradição, é quem sempre faz o primeiro discurso da Assembleia Geral da ONU, essa foi a primeira vez que uma mulher teve essa oportunidade.

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