Economia

Dilma diz que crise não será vencida com guerra cambial

Não é a primeira vez que ela crítica o receituário adotado pelos países desenvolvidos no enfrentamento da crise financeira e da dívida soberana na União Europeia

A presidente Dilma Rousseff  (Adalberto Roque/AFP)

A presidente Dilma Rousseff (Adalberto Roque/AFP)

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Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2012 às 19h38.

São Paulo - A presidente Dilma Rousseff voltou a dizer nesta quarta-feira, durante discurso na Universidade de Délhi, na Índia, que a crise financeira internacional não será resolvida apenas com "medidas de austeridade fiscal" ou com "políticas expansionistas que ensejam uma guerra cambial".

Dilma recebeu o título de honóris causa da instituição e afirmou que a crise ainda provoca grande preocupação mundial e tem impacto nas perspectivas de crescimento econômico.

"Essa crise teve sua origem no mundo desenvolvido. Ela não será superada por meio de meras medidas de austeridade, consolidação fiscal ou desvalorização da força do trabalho", disse.

"Muito menos por meio de políticas expansionistas que ensejam uma guerra cambial e introduzem no mundo novas e perversas formas de protecionismo", prosseguiu a presidente.

Não é a primeira vez que ela crítica o receituário adotado pelos países desenvolvidos no enfrentamento da crise financeira e da dívida soberana na União Europeia.

Segundo ela, Brasil e Índia devem ser ouvidos nesse debate e também podem contribuir com suas experiências "na agenda do desenvolvimento sustentável".

"Brasil e Índia, também, têm contribuição de relevo a oferecer no fortalecimento da cooperação internacional no contexto da multipolaridade. Privilegiamos o diálogo, a diplomacia e rejeitamos ações unilaterais e as doutrinas que enfatizam o uso da força", discursou Dilma em mais um reforço da posição brasileira pela reforma do Conselho de Segurança da ONU.

Os dois países postulam ter assento permanente no Conselho.

"É difícil imaginar algum debate internacional, alguma instância de discussão, em que a opinião da Índia e do Brasil não seja valorizada e, mesmo, demandadas", acrescentou a presidente. "Nossa participação ativa nos grandes debates internacionais contribui para tornar a governança global mais democrática, legítima e eficaz."

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