Economia

Diferença de preços entre mercados de energia custará R$51mi

Preço pago por distribuidoras pela energia comprada no leilão A-0 ficou até 33,2% mais alto que o pago no certame para a maioria das companhias em maio


	Energia: preços ficaram bem maiores no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, na maior parte do mês
 (Reuters/Ina Fassbender)

Energia: preços ficaram bem maiores no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, na maior parte do mês (Reuters/Ina Fassbender)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 10h23.

São Paulo - O preço pago pelas distribuidoras pela energia comprada no leilão A-0 ficou até 33,2 por cento mais alto que o pago no certame para a maioria das companhias em maio, diante da grande diferença de preços entre os submercados de energia, aponta levantamento realizado pela Comerc Energia, gestora e comercializadora de energia elétrica.

Ao contratar energia no leilão realizado no fim de abril, distribuidoras de energia conseguiram reduzir em bilhões de reais os gastos que teriam com exposição involuntária ao preço de curto prazo ao longo do ano. Entretanto, elas ainda terão que arcar com outros custos, incluindo cerca de 51,5 milhões de reais em maio referentes às diferenças de preço entre submercados.

A diferença de preços de liquidação de diferenças (PLD) entre submercados em maio ocorre, segundo o presidente da Comerc, Cristopher Vlavianos, por restrições de transmissão de energia elétrica entre as regiões. Assim, os preços ficaram bem maiores no Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, na maior parte do mês, e menores no Norte.

Quando uma distribuidora compra energia de uma geradora em submercado diferente ao que está localizada e no qual o PLD está mais baixo, isso gera um custo adicional para as distribuidoras, que arcam com o chamado "risco de submercado", posteriormente repassado aos consumidores. Isso aconteceu, por exemplo, no caso da energia vendida pela Eletronorte, da Eletrobras -- uma das principais vendedoras no leilão e que está localizada na região Norte -- para distribuidoras no Sudeste/Centro Oeste e Sul.

Vlavianos da Comerc disse que a diferença de PLD entre submercados é algo natural do mercado de energia. "Mas, de todo modo, isso é um custo adicional que as distribuidoras teriam que repassar para os consumidores no futuro", disse ele.

Segundo a Comerc, entre as distribuidoras que tiveram um aumento de 33,2 por cento sobre o preço da energia pago no leilão A-0 em maio estão Cemig, Light, Eletropaulo, companhias da CPFL, Copel , entre outras. O preço da energia do leilão corrigido para a contabilização do mês de maio seria de 360,72 reais por MWh para essas companhias, ante o preço médio de 270,81 reais por MWh praticado no leilão.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, no entanto, lembrou que esses custos já apresentarão grande redução em junho, diante da forte queda do PLD.

"Em junho, o PLD teve uma queda muito significativa, então esse problma aparece no mês de maio, mas em junho já tende a diminuir bastante por causa da baixa do PLD", disse ele.

Na primeira semana de junho, o PLD médio em todas as regiões caiu 29 por cento ante a semana anterior. Na segunda semana, a queda foi de 45 por cento no Sudeste/Centro Oeste, Nordeste e Norte, para 318,60 reais por MWh, e de 62 por cento na região Sul, a 220,29 reais por MWh.

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