Desafio latino-americano é criar empregos, diz Banco Mundial
América Latina realizou com sucesso programas de transferência de renda, mas agora enfrenta o desafio de criar empregos, afirmou o presidente do Banco Mundial
Da Redação
Publicado em 10 de abril de 2014 às 14h53.
Washington - A América Latina realizou com sucesso nos últimos anos programas de transferência de renda para retirar milhões de pessoas da pobreza extrema, mas agora enfrenta o desafio de criar empregos, afirmou o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim.
Na visão de Kim, "programas condicionais de transferência de renda" aplicados em países como Brasil e México têm sido "um grande sucesso" e "muito efetivos para retirar famílias, mulheres e crianças da pobreza".
"Mas a próxima grande pergunta é como estes programas podem conduzir estas mulheres e famílias ao mercado de trabalho formal. Então, a grande questão é a criação de empregos. E isto se aplica a toda América Latina", disse em Washington, durante a reunião semestral do Banco Mundial e do FMI.
Kim citou especificamente o sucesso do programa brasileiro "Bolsa Família", assim como do mexicano "Oportunidades".
O "Bolsa Família", que concede complementos de renda a 13,8 milhões de famílias, ajudou a tirar, segundo o governo, 36 milhões de brasileiro da pobreza extrema.
Com o "Oportunidades", o governo mexicano coordena incentivos para a educação, saúde e nutrição das famílias mais pobres.
Em países onde os programas de incentivos não foram aplicados ou onde os resultados ainda são incipientes, destacou Kim, deveria ser dada uma atenção especial à criação de "um ambiente empresarial onde o setor privado possa crescer e criar empregos".
Um estudo do BM revela que "nas economias em desenvolvimento, mais de 90% de todos os postos de trabalho são criados no setor privado", disse Kim.
"Quando há sucesso nos esforços para retirar as pessoas da pobreza é necessário concentrar-se em que elas consigam bons empregos para manter a nova situação".
Na véspera, o Banco Mundial comentou que o lento crescimento esperado para as economias da América Latina este ano pode afetar o ritmo do avanço social que na última década tirou milhões de pessoas da pobreza na região.
"Com o tipo de crescimento que estamos tendo nestes anos, não podemos manter o ritmo de progresso social que tivemos nos anos anteriores", afirmou o economista-chefe do Banco Mundial para a região, Augusto de la Torre.
Apesar de expressar preocupação pelo "estancamento do progresso", ele esclareceu que não espera uma reversão das melhorias sociais alcançadas, que, a seu ver, são permanentes.
A América Latina desfrutou, na última década, de taxas de crescimento próximas a 5% em média, mas se desacelerou para 2,7% em 2013. Para 2014, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já anunciou que espera um recuo para 2,5%.
Ainda mais prudente, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,3%.
De la Torre se referiu à "desaceleração no ritmo de progresso social que pode ser uma fonte importante de tensões sociais e políticas e que pode levar os líderes políticos a conduzir mal a economia".
Na última década, 70 milhões de pessoas alcançaram a classe média na América Latina, mas as expectativas da população não foram sempre satisfeitas em relação à qualidade dos serviços públicos, educação, ou segurança nos países.
Segundo De la Torre, o quadro baixo de crescimento tornará ainda mais difícil para o governo responder a essas demandas em curto prazo e pode ser um caldo de cultivo para políticas populistas, que já se mostraram insustentáveis no passado.
"Quando surgem pressões sociais novas, às vezes, os líderes políticos se esquecem da macroeconomia e fazem políticas que tendem a ser mais populistas e, nesse processo, fragilizam a capacidade estabilizadora da economia", explicou De la Torre à imprensa, em paralelo às reuniões do Banco Mundial e do FMI esta semana em Washington.
Washington - A América Latina realizou com sucesso nos últimos anos programas de transferência de renda para retirar milhões de pessoas da pobreza extrema, mas agora enfrenta o desafio de criar empregos, afirmou o presidente do Banco Mundial (BM), Jim Yong Kim.
Na visão de Kim, "programas condicionais de transferência de renda" aplicados em países como Brasil e México têm sido "um grande sucesso" e "muito efetivos para retirar famílias, mulheres e crianças da pobreza".
"Mas a próxima grande pergunta é como estes programas podem conduzir estas mulheres e famílias ao mercado de trabalho formal. Então, a grande questão é a criação de empregos. E isto se aplica a toda América Latina", disse em Washington, durante a reunião semestral do Banco Mundial e do FMI.
Kim citou especificamente o sucesso do programa brasileiro "Bolsa Família", assim como do mexicano "Oportunidades".
O "Bolsa Família", que concede complementos de renda a 13,8 milhões de famílias, ajudou a tirar, segundo o governo, 36 milhões de brasileiro da pobreza extrema.
Com o "Oportunidades", o governo mexicano coordena incentivos para a educação, saúde e nutrição das famílias mais pobres.
Em países onde os programas de incentivos não foram aplicados ou onde os resultados ainda são incipientes, destacou Kim, deveria ser dada uma atenção especial à criação de "um ambiente empresarial onde o setor privado possa crescer e criar empregos".
Um estudo do BM revela que "nas economias em desenvolvimento, mais de 90% de todos os postos de trabalho são criados no setor privado", disse Kim.
"Quando há sucesso nos esforços para retirar as pessoas da pobreza é necessário concentrar-se em que elas consigam bons empregos para manter a nova situação".
Na véspera, o Banco Mundial comentou que o lento crescimento esperado para as economias da América Latina este ano pode afetar o ritmo do avanço social que na última década tirou milhões de pessoas da pobreza na região.
"Com o tipo de crescimento que estamos tendo nestes anos, não podemos manter o ritmo de progresso social que tivemos nos anos anteriores", afirmou o economista-chefe do Banco Mundial para a região, Augusto de la Torre.
Apesar de expressar preocupação pelo "estancamento do progresso", ele esclareceu que não espera uma reversão das melhorias sociais alcançadas, que, a seu ver, são permanentes.
A América Latina desfrutou, na última década, de taxas de crescimento próximas a 5% em média, mas se desacelerou para 2,7% em 2013. Para 2014, o Fundo Monetário Internacional (FMI) já anunciou que espera um recuo para 2,5%.
Ainda mais prudente, o Banco Mundial prevê um crescimento de 2,3%.
De la Torre se referiu à "desaceleração no ritmo de progresso social que pode ser uma fonte importante de tensões sociais e políticas e que pode levar os líderes políticos a conduzir mal a economia".
Na última década, 70 milhões de pessoas alcançaram a classe média na América Latina, mas as expectativas da população não foram sempre satisfeitas em relação à qualidade dos serviços públicos, educação, ou segurança nos países.
Segundo De la Torre, o quadro baixo de crescimento tornará ainda mais difícil para o governo responder a essas demandas em curto prazo e pode ser um caldo de cultivo para políticas populistas, que já se mostraram insustentáveis no passado.
"Quando surgem pressões sociais novas, às vezes, os líderes políticos se esquecem da macroeconomia e fazem políticas que tendem a ser mais populistas e, nesse processo, fragilizam a capacidade estabilizadora da economia", explicou De la Torre à imprensa, em paralelo às reuniões do Banco Mundial e do FMI esta semana em Washington.