Os números das pesquisas do Ibope e do Vox Populi podem não ser o que o mercado gostaria, mas não indicam o que mais temem: certeza de que não haverá segundo turno. Em outras palavras: tudo continua como antes da divulgação dos levantamentos. Por inércia - descontada uma eventual recuperação natural das perdas de ontem - o dólar segue em alta e o mercado acionário sem negócios.

O dólar comercial abriu em queda nesta quarta-feira. Às 9h32 operava em queda de 3,17%, cotado a 3,670 reais para venda e a 3,660 para compra. O C-Bond, principal título da dívida externa brasileira, registrava alta de 1,47%. O risco-país brasileiro operava em baixa, mas ainda se mantém acima da barreira dos 2 mil pontos nesta quarta-feira. O índice EMBI+, que mede a capacidade de um país honrar seus compromissos financeiros, opera queda de 1,18%, aos 2.180 pontos.

Ontem, o dólar comercial encerrou o dia vendido a 3,7800 reais, em alta de 5,73%. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em queda de 1,25% em 9148 pontos. Em Nova York, o Dow Jones fechou em queda de 2,40% (a 7683,1 pontos), e a Nasdaq caiu 0,23% (a 1182,17 pontos).

Alguns indicadores econômicos brasileiros já foram divulgados pela manhã. A inflação medida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) da USP no município de São Paulo ficou em 0,73% na terceira prévia de setembro, um pouco abaixo do resultado da segunda quadrissemana, de 0,89%. O Índice de Preços ao Consumidor, divulgado ontem, ficou dentro da expectativa do mercado, que previa uma variação entre 0,70% e 0,85%.

O IBGE divulga pesquisa mensal de emprego referente ao mês de agosto. A expectativa do mercado é de taxa de 8,2% para 30 dias. A taxa de desemprego da região Metropolitana de São Paulo, que saiu ontem, voltou a subir após três meses consecutivo em queda, passando de 18,1% em julho para 18,3% em agosto. Os dados são da Fundação Seade/Dieese.

No cenário internacional, a aposta é de uma quarta-feira de ganhos em Wall Street, apesar da tensão dos investidores. Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (Fed) - está na Inglaterra para receber o título de nobreza - irá fazer três discursos e deve atrair a atenção do mercado.

Nos Estados Unidos, será divulgado o indicador de vendas de imóveis residenciais usados em agosto. Analistas do mercado esperam um resultado de 5,4 milhões de unidades vendidas. Em julho, foram vendidos 5,33 milhões de imóveis, crescimento de 4,5%.