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Demanda por voos só deve voltar ao patamar pré-crise após 2023, diz Iata

Setor foi um dos mais afetados pela crise do coronavírus, e falta de confiança deve seguir como obstáculo mesmo após a pandemia ser controlada

Deslocamento: as viagens internacionais são as mais afetadas pela crise da covid-19 (Roman Becker / EyeEm/Getty Images)
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Clara Cerioni

Publicado em 13 de maio de 2020 às 13h37.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 13h51.

A demanda por voos domésticos em todo o mundo não deve voltar ao patamar de 2019 antes de 2023. É o que aponta uma análise feita pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, sigla em inglês) e publicada nesta quarta-feira, 13. Os dados mostram ainda que somente em 2024 é esperado que o número de voos internacionais volte a ter a mesma demanda registrada no ano passado.

O setor de aviação é um dos mais afetados pela pandemia do novo coronavírus devido ao fechamento de fronteiras e medidas de restrição à circulação em boa parte do mundo. No Brasil, o número de voos caiu 90%.

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O estudo leva em conta dois cenários: um otimista e um pessimista. No mais otimista, a projeção aponta um crescimento da demanda por voos somente em 2023. Na pior possibilidade, a entidade afirma que uma segunda onda de contágio pode retardar ainda mais a recuperação.

"Temos uma pequena janela para evitar as consequências de medidas unilaterais descoordenadas que marcaram o período pós-11 de setembro. Nós devemos agir rápido", diz Alexandre de Juniac, diretor-geral e CEO da Iata.

Para a entidade, as viagens internacionais serão as mais afetadas pela covid-19, principalmente pela falta de confiança dos consumidores em fazer deslocamentos aéreos e no que pode ocorrer ao chegarem.

De acordo com uma pesquisa realizada em abril, 69% dos passageiros consideram cancelar a viagem se o país de destino tiver alguma medida de quarentena de 14 dias.

Para ajudar o setor, a entidade propõe uma abordagem temporária para flexibilizar a abertura de fronteiras e possibilitar as viagens. Entre as medidas está impedir o deslocamento de quem é sintomático e fazer triagem de temperatura nos aeroportos.

“Os principais estímulos dos governos, combinados às injeções de liquidez dos bancos centrais, impulsionarão a recuperação econômica assim que a pandemia estiver sob controle. Mas a recuperação da confiança dos passageiros levará mais tempo. E mesmo assim os viajantes individuais e corporativos provavelmente gerenciarão cuidadosamente os gastos com viagens e ficarão mais perto de casa”, avalia Juniac.

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