Economia

ACM Neto: fechar questão sobre Previdência depende de como será o texto

Presidente do DEM encontrou com o presidente Jair Bolsonaro nesta quinta, 4

ACM Neto, deputado pelo DEM (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

ACM Neto, deputado pelo DEM (José Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de abril de 2019 às 16h14.

Última atualização em 4 de abril de 2019 às 16h26.

Brasília — O presidente do DEM, ACM Neto, admitiu nesta quinta-feira, 4, que o partido pode fechar questão em torno da reforma da Previdência, mas quer esperar o término da tramitação nas comissões para verificar o teor da proposta que irá ao plenário da Câmara. Ele também não descartou integrar formalmente a base do governo em algum momento, mas sem especificar quando isso ocorreria.

ACM Neto conversou com a imprensa após reunião com o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Onyx Lorenzoni, um dos três ministros do DEM no governo. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), também acompanhou a conversa, que ocorreu no Palácio do Planalto. O encontro faz parte de uma série de conversas entre Bolsonaro e dirigentes de siglas ao longo do dia. Bolsonaro também recebeu presidentes do PRB, PSDB, PSD e PP.

"O fechamento de questão tem relação direta com o texto que for votado no plenário. Temos a primeira fase de admissibilidade (na CCJ), depois comissão especial... É possível que o texto do governo sofra alterações, Democratas querem dar sua contribuição nesse texto. E se o texto que for votado no plenário tiver apoiamento majoritário do partido podemos avançar para propor fechamento de questão", disse ACM Neto.

"O fechamento de questão vai estar relacionado diretamente ao texto que será votado no plenário", disse. "Não descarto de maneira alguma que a gente possa fechar questão, mas é cedo poder cravar isso porque reforma está apenas começando a sua tramitação", reforçou o democrata.

Durante reunião com Bolsonaro, ACM Neto contou que não houve convite para que a legenda integre formalmente a base aliada. Ele também afirmou que o governo e o partido possuem "preocupações imediatas relacionadas ao relacionamento entre Executivo e Legislativo.

"A gente tem hoje preocupação imediata que é garantir um bom ambiente no Congresso. Isso não passa apenas pelo DEM, e sim pelo conjunto das Casas. Ser base formalmente ou não é algo que pode acontecer no momento em que tiver deliberação da Executiva do partido, mas a preocupação maior tanto do DEM, como do presidente, não está na formalidade em dizer 'é base ou não', e sim que diálogo possa ser produtivo."

Para o prefeito de Salvador, a reunião com o presidente nesta quinta marca "o início de um novo momento, onde o diálogo será uma constante". Ele confirmou que o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, mencionou a intenção de fazer reuniões periódicas com presidentes e líderes de partidos.

"O meu espírito é no sentido de que haja amplo entendimento do Democratas com o governo. Nós queremos ajudar o Brasil. Se o espírito do governo também for esse, não vejo motivo para essa relação não ser correta e de parceria", declarou ACM Neto. Ele contou que o clima da conversa foi positivo.

O presidente do DEM negou que tenham tratado de indicações de cargos no governo e destacou que o DEM não pretender discutir isso "em nenhuma hipótese". Ele disse que Bolsonaro demonstrou intenção de fazer com que agenda do governo possa avançar no Congresso e que isso também é interesse do DEM.

Ao ser questionado, ACM Neto evitou falar se conversou diretamente sobre as divergências entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas disse que conversaram sobre todos os assuntos relativos ao partido. Ele disse que Maia e Bolsonaro são pessoas maduras e que sempre vai defender o diálogo entre eles.

Sobre a participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), opinou que, se houve "algum exagero", foi da parte dos parlamentares da oposição, e não de Guedes. "A oposição passou dos limites na provocação", avaliou.

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