Deflação do IGP-DI pode ter ficado para trás, diz Salomão Quadros
Os dados divulgados pela FGV nesta quarta-feira mostraram aceleração no IPA-DI, que mede o atacado, de -1,96% em abril para -1,10% em maio
Estadão Conteúdo
Publicado em 7 de junho de 2017 às 19h45.
Rio - Os preços do atacado foram os principais responsáveis tanto pela deflação de 0,51% no Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna ( IGP-DI ) de maio quanto pela aceleração do indicador ante abril, quando registrou recuo de 1,24%.
Daqui para frente, a tendência é que o indicador como um todo saia da deflação, afirmou nesta quarta-feira, 7, o superintendente-adjunto de Preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), Salomão Quadros.
Os dados divulgados pela FGV na manhã desta quarta-feira mostraram aceleração no IPA-DI, que mede o atacado, de -1,96% em abril para -1,10% em maio.
Quadros citou três motivos por trás do movimento.
O primeiro está nas matérias-primas agropecuárias, que saíram de -5,14% em abril para -0,91% em maio.
"Acabou o efeito mais forte da supersafra", disse Quadros, citando ainda a expectativa em relação à safra norte-americana, que está mais próxima da colheita e leva volatilidade às cotações internacionais da soja e do milho.
O segundo motivo está nas matérias-primas para manufaturas, que incluem insumos para a indústria, cujos preços aceleraram de -1,50% em abril para 0,21% em maio.
Segundo Quadros, incertezas sobre as perspectivas de crescimento econômico na China levaram a uma correção de cotações internacionais no segundo trimestre - após algumas recuperações notáveis, como é o caso do barril do petróleo.
Agora, a correção para baixo parece ter chegado ao fim, disse Quadros.
O terceiro motivo é o minério de ferro. Após forte alta até o início do ano, as cotações internacionais também passaram por uma correção, conforme explicou Quadros.
Esse movimento ainda ocorreu em maio, tanto que os preços do minério de ferro no IPA-DI registraram deflação de 19,11% ante deflação de 9,53% em abril.
Para junho, tudo leva a crer, explicou Quadros, que a correção chegará ao fim. "Tudo indica que a gente vai completar essa saída da deflação", disse o pesquisador da FGV.