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Déficit primário do setor público soma R$7,31 bi em agosto

O desempenho de agosto foi negativamente impactado pelo resultado do governo central, com déficit de 6,934 bilhões de reais

Indústria: o desempenho de agosto foi negativamente impactado pelo resultado do governo central, com déficit de 6,934 bilhões de reais em função da baixa arrecadação com a economia em recessão (bugphai/ThinkStock)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 12h40.

Brasília - O setor público brasileiro registrou em agosto um déficit primário melhor que o esperado pelo mercado, mas insuficiente para impedir o resultado do acumulado do ano de passar para o vermelho, evidenciando as dificuldades para o governo cumprir a meta fiscal em meio à combalida atividade econômica.

No mês, o rombo primário foi de 7,310 bilhões de reais, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central , contra expectativa de um saldo negativo de 14,45 bilhões de reais em pesquisa Reuters.

O desempenho de agosto foi negativamente impactado pelo resultado do governo central, com déficit de 6,934 bilhões de reais em função da baixa arrecadação com a economia em recessão.

No mês, houve declínio real de 9,32 por cento no recolhimento de impostos e contribuições sobre um ano antes, no pior desempenho para agosto em cinco anos.

Por sua vez, Estados e municípios viram déficit primário de 174 milhões de reais em agosto, ao passo que empresas estatais registraram um saldo negativo de 202 milhões de reais no mês.

Nos 12 meses encerrados em agosto, o rombo primário como proporção do Produto Interno Bruto ( PIB ) foi a 0,76 por cento, melhorando ante déficit recorde de 0,89 por cento cravado em julho.

Mesmo assim, o patamar segue longe da meta perseguida pelo governo de um superávit primário consolidado equivalente a 0,15 por cento do PIB em 2015, objetivo que já havia sido expressivamente achatado em julho, quando passou a 8,747 bilhões de reais contra 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do PIB, anteriormente.

No acumulado do ano o resultado primário passou ao território negativo, com déficit primário de 1,105 bilhão de reais, contrastando com superávit de 10,205 bilhões de reais em igual período de 2014.

Jogam contra o atingimento da meta fiscal o fraco cenário econômico, com implicações sobre a arrecadação tributária, mas também as indefinições políticas e a intensa volatilidade do mercado, marcada pela disparada do dólar especialmente após o país perder o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

Isso porque a equipe econômica condicionou o fechamento das contas no azul em 2015 à obtenção de receitas extras que somam 26,4 bilhões de reais.

Parte delas depende do aval do Congresso num momento em que a base de apoio ao Executivo encontra-se em xeque.

O governo também espera obter recursos com concessões, mas a realização das operações depende das condições de mercado, hoje deterioradas pela elevação dos riscos percebidos pelos agentes econômicos.

Num outro reflexo do desarranjo das contas públicas, a dívida bruta como percentual do PIB continuou crescendo, alcançando 65,3 por cento em agosto, acima da estimativa do BC de que ficaria em 64,9 por cento no mês.

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Brasília - O setor público brasileiro registrou em agosto um déficit primário melhor que o esperado pelo mercado, mas insuficiente para impedir o resultado do acumulado do ano de passar para o vermelho, evidenciando as dificuldades para o governo cumprir a meta fiscal em meio à combalida atividade econômica.

No mês, o rombo primário foi de 7,310 bilhões de reais, segundo dados divulgados nesta quarta-feira pelo Banco Central , contra expectativa de um saldo negativo de 14,45 bilhões de reais em pesquisa Reuters.

O desempenho de agosto foi negativamente impactado pelo resultado do governo central, com déficit de 6,934 bilhões de reais em função da baixa arrecadação com a economia em recessão.

No mês, houve declínio real de 9,32 por cento no recolhimento de impostos e contribuições sobre um ano antes, no pior desempenho para agosto em cinco anos.

Por sua vez, Estados e municípios viram déficit primário de 174 milhões de reais em agosto, ao passo que empresas estatais registraram um saldo negativo de 202 milhões de reais no mês.

Nos 12 meses encerrados em agosto, o rombo primário como proporção do Produto Interno Bruto ( PIB ) foi a 0,76 por cento, melhorando ante déficit recorde de 0,89 por cento cravado em julho.

Mesmo assim, o patamar segue longe da meta perseguida pelo governo de um superávit primário consolidado equivalente a 0,15 por cento do PIB em 2015, objetivo que já havia sido expressivamente achatado em julho, quando passou a 8,747 bilhões de reais contra 66,3 bilhões de reais, ou 1,1 por cento do PIB, anteriormente.

No acumulado do ano o resultado primário passou ao território negativo, com déficit primário de 1,105 bilhão de reais, contrastando com superávit de 10,205 bilhões de reais em igual período de 2014.

Jogam contra o atingimento da meta fiscal o fraco cenário econômico, com implicações sobre a arrecadação tributária, mas também as indefinições políticas e a intensa volatilidade do mercado, marcada pela disparada do dólar especialmente após o país perder o selo de bom pagador pela agência de classificação de risco Standard & Poor's.

Isso porque a equipe econômica condicionou o fechamento das contas no azul em 2015 à obtenção de receitas extras que somam 26,4 bilhões de reais.

Parte delas depende do aval do Congresso num momento em que a base de apoio ao Executivo encontra-se em xeque.

O governo também espera obter recursos com concessões, mas a realização das operações depende das condições de mercado, hoje deterioradas pela elevação dos riscos percebidos pelos agentes econômicos.

Num outro reflexo do desarranjo das contas públicas, a dívida bruta como percentual do PIB continuou crescendo, alcançando 65,3 por cento em agosto, acima da estimativa do BC de que ficaria em 64,9 por cento no mês.

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