Economia

Déficit em transações correntes soma US$6,248 bi março

Investimentos Estrangeiros Diretos no país somaram US$4,995 bilhões


	Economia: no acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit em conta corrente do país ficou em 3,64% do Produto Interno Bruto
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Economia: no acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit em conta corrente do país ficou em 3,64% do Produto Interno Bruto (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2014 às 11h33.

Brasília - Com fraco desemprenho da balança comercial, o Brasil registrou déficit em transações correntes de 6,248 bilhões de dólares em março, sem que o rombo tivesse sido coberto pelos investimentos produtivos, em mais um sinal de deterioração das contas externas do país.

Os Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no país somaram 4,995 bilhões de dólares no mês passado, informou o Banco Central nesta sexta-feira. A última vez que esses recursos compensaram integralmente o déficit em conta corrente do país foi em novembro passado.

Economistas consultados pela Reuters previam saldo negativo na conta corrente de 6,450 bilhões de dólares em março e IED de 3,5 bilhões de dólares. Já o próprio BC havia previsto déficit na conta corrente de 5,8 bilhões de dólares no mês passado.

"O resultado (das transações correntes) ficou maior que o previsto em boa parte à reação lenta da balança comercial", afirmou o chefe do departamento Econômico do BC, Tulio Maciel.

No mês passado, a balança comercial registrou superávit de apenas 112 milhões de dólares. De janeiro a março, acumula déficit recorde para o período de 6,072 bilhões de dólares, mantendo-se como uma ponta vulnerável das transações correntes --que abrangem a importação e a exportação de bens e serviços e as operações unilaterais do Brasil com o exterior.

Também continuou pesando na conta corrente as remessas de lucros e dividendos, que somaram 1,892 bilhão de dólares em março, ante 2,732 bilhões de dólares em igual mês do ano passado.

O BC informou ainda que os gastos líquidos de brasileiros no exterior com viagens atingiram 1,302 bilhão de dólares, um pouco acima do 1,263 bilhão de dólares em igual mês do ano passado. Os gastos com aluguel de equipamento também foram elevados, atingido 1,837 bilhão de dólares em março.


Os investimentos em renda fixa no país registraram ingresso líquido de 6,376 bilhões de dólares em março, bem acima dos 499 milhões de dólares em igual mês do ano passado.

Os investimentos estrangeiros líquidos em ações no país, por sua vez, somaram 1,310 bilhão de dólares em março, um pouco abaixo do volume de um ano antes, de 1,874 bilhão de dólares.

Com esses resultados, o setor externo encerrou o primeiro trimestre com déficit de 25,186 bilhões de dólares, ligeiramente acima do saldo negativo de 24,704 bilhões de dólares de igual período de 2013.

No acumulado em 12 meses encerrados no mês passado, o déficit em conta corrente do país ficou em 3,64 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Diante do elevado e crescente rombo nas contas externas do país, o presidente do BC, Alexandre Tombini, disse recentemente que a tendência o déficit em conta corrente se estabilize.

Atualizado às 11h32

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