Déficit de hidrelétricas deve crescer no 2º sem, diz governo
Para o Ministério de Minas e Energia, o déficit financeiro enfrentado por geradores hidrelétricos devido à seca terá impacto ainda maior no segundo semestre,
Da Redação
Publicado em 15 de junho de 2015 às 16h33.
São Paulo - O déficit financeiro enfrentado por geradores hidrelétricos devido à seca terá impacto ainda maior no segundo semestre em função da estratégia adotada pelas empresas para distribuir a energia comercializada ao longo do ano, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia , Luiz Eduardo Barata, durante evento em São Paulo.
O executivo indicou que o resultado da alocação de energia feita pelas empresas, um processo chamado de "sazonalização", faz com que a diferença entre a geração e os contratos de venda das usinas fique maior na segunda metade do ano, período em que o nível dos reservatórios tende a uma trajetória de retração. Para cumprir com os compromissos, as geradoras precisam contratar energia mais cara no mercado de curto prazo.
Segundo Barata, o governo tem conversado com associações do setor para equacionar o problema, que preocupa empresas que investem em hidrelétricas, como Tractebel, Cemig e CPFL.
"Vamos buscar uma solução ganha-ganha, para fazer com que ninguém saia perdendo demais", disse Barata.
O assunto está em discussão em audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ao mesmo tempo, o ministério também busca equacionar a situação de indústrias com alto consumo de eletricidade no Nordeste que compram energia subsidiada da Chesf em contratos que vencem em 30 de junho.
"Não posso adiantar, mas estamos em busca de uma solução que será boa para os consumidores e que não onere as outras partes", disse Barata.
Entre as empresas que possuem contratos com a Chesf, empresa do grupo Eletrobras, estão Gerdau, Vale, Braskem, Dow, Paranapanema, Ferbasa e Mineração Caraíba.
As empresas têm pressionado o governo para uma solução, preocupadas com o elevado preço da energia no mercado, muito acima dos 110 reais por megawatt-hora (MWh) que pagam hoje à Chesf.
CONSUMIDORES AJUDARÃO SISTEMA
O secretário-executivo afirmou ainda que a chamada pública preparada pelo governo para contratar energia produzida por geradores instalados em indústrias e comércios segue nos planos e poderá até ser prorrogada para 2016.
Fontes do mercado diziam que a melhoria do cenário de suprimento poderia descartar a medida, que depende de um aval final da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ser colocada em prática.
"Isso terá início tão logo a Aneel aprove, com vigência até o final do ano. E é possível que renovemos para o verão, uma vez que o objetivo é justamente atender a ponta (de carga do sistema)", comentou Barata. Os consumidores também serão chamados a contribuir para o sistema elétrico por meio da microgeração solar distribuída. O ministério pretende divulgar no segundo semestre um plano de incentivo para que consumidores e empresas instalem painéis fotovoltaicos nos telhados para produzir energia.
São Paulo - O déficit financeiro enfrentado por geradores hidrelétricos devido à seca terá impacto ainda maior no segundo semestre em função da estratégia adotada pelas empresas para distribuir a energia comercializada ao longo do ano, disse nesta segunda-feira o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia , Luiz Eduardo Barata, durante evento em São Paulo.
O executivo indicou que o resultado da alocação de energia feita pelas empresas, um processo chamado de "sazonalização", faz com que a diferença entre a geração e os contratos de venda das usinas fique maior na segunda metade do ano, período em que o nível dos reservatórios tende a uma trajetória de retração. Para cumprir com os compromissos, as geradoras precisam contratar energia mais cara no mercado de curto prazo.
Segundo Barata, o governo tem conversado com associações do setor para equacionar o problema, que preocupa empresas que investem em hidrelétricas, como Tractebel, Cemig e CPFL.
"Vamos buscar uma solução ganha-ganha, para fazer com que ninguém saia perdendo demais", disse Barata.
O assunto está em discussão em audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Ao mesmo tempo, o ministério também busca equacionar a situação de indústrias com alto consumo de eletricidade no Nordeste que compram energia subsidiada da Chesf em contratos que vencem em 30 de junho.
"Não posso adiantar, mas estamos em busca de uma solução que será boa para os consumidores e que não onere as outras partes", disse Barata.
Entre as empresas que possuem contratos com a Chesf, empresa do grupo Eletrobras, estão Gerdau, Vale, Braskem, Dow, Paranapanema, Ferbasa e Mineração Caraíba.
As empresas têm pressionado o governo para uma solução, preocupadas com o elevado preço da energia no mercado, muito acima dos 110 reais por megawatt-hora (MWh) que pagam hoje à Chesf.
CONSUMIDORES AJUDARÃO SISTEMA
O secretário-executivo afirmou ainda que a chamada pública preparada pelo governo para contratar energia produzida por geradores instalados em indústrias e comércios segue nos planos e poderá até ser prorrogada para 2016.
Fontes do mercado diziam que a melhoria do cenário de suprimento poderia descartar a medida, que depende de um aval final da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para ser colocada em prática.
"Isso terá início tão logo a Aneel aprove, com vigência até o final do ano. E é possível que renovemos para o verão, uma vez que o objetivo é justamente atender a ponta (de carga do sistema)", comentou Barata. Os consumidores também serão chamados a contribuir para o sistema elétrico por meio da microgeração solar distribuída. O ministério pretende divulgar no segundo semestre um plano de incentivo para que consumidores e empresas instalem painéis fotovoltaicos nos telhados para produzir energia.