O déficit comercial dos Estados Unidos bateu recorde em janeiro. O país não conseguiu diminuir de modo significativo as importações, que ficaram mais caras principalmente por causa do preço do petróleo.

O buraco americano chegou a 43,1 bilhões de dólares. Maior do que os 42,69 bilhões de dezembro e acima da expectativa dos analistas do mercado americano, que esperavam 42,48 bilhões. As importações caíram apenas 0,5% em relação a dezembro, para 132,1 bilhões de dólares - segundo maior patamar da história. Os preços médios do petróleo importado atingiram 28,55 dólares por barril, maior nível desde março de 2003. O total exportado sofreu redução e somou 89 bilhões.

O cenário confirma as importações como grande vilão da recuperação econômica americana. Nas últimas semanas, o presidente do Federal Reserve (Fed), Alan Greenspan, vinha afirmando que a desvalorização do dólar nos mercados internacionais poderia ajudar na recuperação das exportações, mas pelo menos neste início de ano, isso não deve acontecer. A valorização do euro de fato reduziu o déficit entre os Estados Unidos e a União Européia (para quase metade, caiu de 8,19 bilhões para 4,75 bilhões entre dezembro e janeiro), mas isso não foi suficiente para cobrir o rombo com outros parceiros comerciais. Com a China, por exemplo, ele cresceu de 9,9 bilhões de dólares para 11,5 bilhões.

De acordo com os números do Departamento de Comércio do país, pelo menos no primeiro trimestre o déficit continuará devorando os resultados positivos da atividade econômica do país.