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Crises políticas na AL ameaçam investimentos na Nicarágua

A recessão que abala, principalmente, a Venezuela e o Brasil e os atrasos nas obras do país deixam os planos de Manágua sem direção definida

Nicarágua: a recessão que abala, principalmente, a Venezuela e o Brasil e os atrasos nas obras do país deixam os planos de Manágua sem direção definida (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2016 às 14h11.

As crises políticas no Brasil e na Venezuela deixaram à deriva dois projetos de 7,6 bilhões de dólares para a construção de uma refinaria e uma central hidrelétrica na Nicarágua , alertaram analistas locais.

Os projetos consistem em um complexo petroquímico de 6,5 bilhões de dólares que seria construído pela Venezuela e uma central hidrelétrica de 1,1 bilhão financiada com recursos brasileiros.

Esses dois projetos são parte de cinco "megaobras" que o presidente Daniel Ortega impulsionou recentemente e que deveriam ser concluídas neste ano, em que Ortega pretende concorrer à reeleição.

Segundo o governo, as duas obras poderiam gerar 6,5 postos de trabalho diretos e 18,5 indiretos, dando um alívio ao problema do desemprego, que atinge cerca de 30% da população economicamente ativa.

A recessão que abala a Venezuela e o Brasil, em meio a escândalos políticos e de corrupção, e os atrasos nas obras deixam os planos de Manágua sem direção definida.

De acordo com Ortega, existe vontade de continuar com esses projetos que representam mais da metade do PIB do país.

A represa Tumarín, com capacidade para gerar 253 megawatts, seria construída pelo consórcio "Centrales Hidroeléctricas de Nicaragua" (CHN), formado em 45% pela Eletrobas, 45% pela Queiroz Galvão e 10% pelo Estado nicaraguense.

O projeto foi aprovado por uma lei que outorgou aos brasileiros a construção e a operação da usina por 39 anos, concedendo-os amplos privilégios fiscais, sem qualquer garantia em caso de descumprimento.

O financiamento deve ser dado pelo BNDES, pelo Banco Centro-americano de Integração Econômica (BCIE) e pelos sócios. No entanto, o início as obras, previsto para 2014, foi adiado diversas vezes por falta de recursos.

"Entendo que o grupo investidor teve problemas para juntar o capital e depois a Queiroz Galvão foi alvo dos escândalos de corrupção no Brasil", disse à AFP o ex-ministro da Economia da Nicarágua e especialista em temas de energia, Mario Arana.

"O montante do investimento sempre esteve superestimado e os escândalos de corrupção no Brasil acabaram por sepultá-lo", disse o economista e ex-candidato presidencial da dissidência sandinista Edmundo Jarquín.

Já a refinaria venezuelana, avaliada em 6,5 bilhões de dólares seria construída pela empresa Albanisa, em que a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) conta com 51% das ações e a Petróleos de Nicaragua (Petronic) com 49%.

Ela seria financiada "com as receitas do petróleo" que a Nicarágua compra da Venezuela e com um aporte da PVDSA, disse Roger Guevara, ex-embaixador da Nicarágua em Caracas.

"Mas não aconteceu porque o preço do petróleo despencou e pela crise vivida pelo presidente Nicolás Maduro", explicou. "É impossível que o projeto prospere".

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As crises políticas no Brasil e na Venezuela deixaram à deriva dois projetos de 7,6 bilhões de dólares para a construção de uma refinaria e uma central hidrelétrica na Nicarágua , alertaram analistas locais.

Os projetos consistem em um complexo petroquímico de 6,5 bilhões de dólares que seria construído pela Venezuela e uma central hidrelétrica de 1,1 bilhão financiada com recursos brasileiros.

Esses dois projetos são parte de cinco "megaobras" que o presidente Daniel Ortega impulsionou recentemente e que deveriam ser concluídas neste ano, em que Ortega pretende concorrer à reeleição.

Segundo o governo, as duas obras poderiam gerar 6,5 postos de trabalho diretos e 18,5 indiretos, dando um alívio ao problema do desemprego, que atinge cerca de 30% da população economicamente ativa.

A recessão que abala a Venezuela e o Brasil, em meio a escândalos políticos e de corrupção, e os atrasos nas obras deixam os planos de Manágua sem direção definida.

De acordo com Ortega, existe vontade de continuar com esses projetos que representam mais da metade do PIB do país.

A represa Tumarín, com capacidade para gerar 253 megawatts, seria construída pelo consórcio "Centrales Hidroeléctricas de Nicaragua" (CHN), formado em 45% pela Eletrobas, 45% pela Queiroz Galvão e 10% pelo Estado nicaraguense.

O projeto foi aprovado por uma lei que outorgou aos brasileiros a construção e a operação da usina por 39 anos, concedendo-os amplos privilégios fiscais, sem qualquer garantia em caso de descumprimento.

O financiamento deve ser dado pelo BNDES, pelo Banco Centro-americano de Integração Econômica (BCIE) e pelos sócios. No entanto, o início as obras, previsto para 2014, foi adiado diversas vezes por falta de recursos.

"Entendo que o grupo investidor teve problemas para juntar o capital e depois a Queiroz Galvão foi alvo dos escândalos de corrupção no Brasil", disse à AFP o ex-ministro da Economia da Nicarágua e especialista em temas de energia, Mario Arana.

"O montante do investimento sempre esteve superestimado e os escândalos de corrupção no Brasil acabaram por sepultá-lo", disse o economista e ex-candidato presidencial da dissidência sandinista Edmundo Jarquín.

Já a refinaria venezuelana, avaliada em 6,5 bilhões de dólares seria construída pela empresa Albanisa, em que a Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) conta com 51% das ações e a Petróleos de Nicaragua (Petronic) com 49%.

Ela seria financiada "com as receitas do petróleo" que a Nicarágua compra da Venezuela e com um aporte da PVDSA, disse Roger Guevara, ex-embaixador da Nicarágua em Caracas.

"Mas não aconteceu porque o preço do petróleo despencou e pela crise vivida pelo presidente Nicolás Maduro", explicou. "É impossível que o projeto prospere".

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