Crescimento de 0,6% mostra recuperação, diz secretário
No próximo ano, o Brasil não terá o impacto inflacionário que tem uma revisão de câmbio, segundo o secretário do Tesouro Nacional
Da Redação
Publicado em 11 de dezembro de 2012 às 10h14.
São Paulo - O crescimento de 0,6% no PIB do terceiro trimestre, visto como muito negativo por alguns, é um bom número, que mostra uma recuperação, segundo Arno Augustin, secretário do Tesouro Nacional.
Segundo o secretário, o quarto trimestre, anualizado, indica uma economia rodando a 4% ou 4,5%, segundo o secretário – próximo da previsão de crescimento dado pelo governo para 2013. “Muita gente acha que essa previsão é demasiada. Nós não achamos. Recebemos a economia mais parada no começo de 2012 e agora vai para outro patamar” disse durante o Fórum Bloomberg Brasil, realizado hoje em São Paulo. O Brasil terminou 2011 com um nível de crescimento de 0,1%, em relação com o trimestre anterior.
No terceiro trimestre de 2012, os serviços caíram como resultado da queda de juros e spreads, segundo Augustin – que defende que não foi a economia que parou. No terceiro trimestre ocorreu uma redução relevante da intermediação financeira, segundo o secretário. “Não achamos que isso pode ser considerado uma tendência de economia”, disse. A queda da taxa de juros que ocorreu ao longo desse ano significa reduzir a rentabilidade financeira e também custos, segundo o secretário.
Câmbio
“Esse (acima de dois) é um câmbio mais realista”, disse Augustin. Para o secretário, reposicionar os juros e o câmbio é algo que o Brasil precisava fazer e fez nesse ano, assim, no próximo ano o Brasil não terá o impacto inflacionário que tem uma revisão de câmbio. “Há uma reconstrução inclusive de cultura por parte do investidor que está sendo feita”, afirmou. “O efeito negativo já veio, em um segundo momento o câmbio tem efeito positivo. Por isso estamos bem otimistas para o ano que vem, entraremos 2013 com isso (câmbio e reposicionamento dos juros) feito”, disse.
Energia elétrica
“Cumprimos os contratos”, disse Augustin. O secretário afirmou que o governo está pagando a indenização correspondente. “Não há mais a mesma rentabilidade do prazo da concessão, o que possibilitou uma redução no custo de energia elétrica. Isso vai continuar, porque outras concessões de outras hidrelétricas vão vencer”, disse. Essa é uma tendência do sistema, segundo o secretário. Itaipu paga para o governo brasileiro valores em torno de 4 bilhões de reais a cada ano. O governo jogou parte disso de volta para o sistema elétrico, 3,3 bilhões de reais, segundo o secretário.
Para Augustin, tudo que o governo está fazendo mais recentemente tem um ponto em comum, “objetiva reduzir custos e aumentar a competitividade”. A crise internacional obriga os governo e o brasileiro a enfrentar alguns desafios, segundo o secretário.
“Não é um programa para reativar a economia em um ano de crise internacional. É sim, mas procuramos ir além disso, transformar esse momento para o Brasil criar condições de sustentar seu crescimento de longo prazo”, disse.