Economia

Crédito para exportação deve manter o bom humor do mercado

O mercado não espera novidades para o dia de hoje (22/08) e, por isso, deve seguir com o mesmo (bom) humor dos últimos dias. Os pregões desta quinta-feira ainda devem repercutir alguns fatos de ontem, como a manutenção da taxa básica de juros e a alta do índice de inflação (IGP-10). O momento de aparente […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h52.

O mercado não espera novidades para o dia de hoje (22/08) e, por isso, deve seguir com o mesmo (bom) humor dos últimos dias. Os pregões desta quinta-feira ainda devem repercutir alguns fatos de ontem, como a manutenção da taxa básica de juros e a alta do índice de inflação (IGP-10).

O momento de aparente tranqüilidade que vive o mercado é resultado de uma série de notícias positivas nos últimos dias --que mudaram a percepção dos investidores e do mercado interno sobre a situação do país.

A liberação das linhas de crédito para empresas exportadoras, a viagem do presidente do Banco Central e o ministro da Fazenda aos Estados Unidos e a própria taxa de juros são algumas delas. Ontem, o risco-país caiu 7% e o valor dos principais títulos da dívida brasileira negociados no exterior, os C-Bonds, avançou para 58,875% do valor de face.

Armínio Fraga e Pedro Malan iniciam na próxima semana uma maratona de reuniões com representantes de bancos estrangeiros em Nova York. O objetivo é resgatar a confiança dos investidores externos na economia brasileira. Estão agendadas, ainda, conversas com analistas com analistas de agências de classificação de risco de crédito, como a Moodys e a Standard & Poors.

Nesta sexta-feira, começam os leilões de crédito para os exportadores, o que ainda deve manter os ânimos positivos do mercado. A primeira parte da oferta de linha de comércio (para exportação), no valor de US$ 100 milhões com prazo de 180 dias. De acordo com os diretores do BC, os valores dos próximos leilões deverão ser bem maiores. Segundo o BC, as quatro razões que pressionaram o mercado de linhas de comércio:

  • Redução por parte dos bancos estrangeiros do crédito para bancos domésticos que, em contrapartida, reduziram as linhas de comércio em cerca de US$ 2 bilhões entre janeiro (cerca de US$ 13,7 bilhões) e agosto (cerca de US$ 11,8 bilhões) - não comentou a redução de linhas próprias por parte dos bancos estrangeiros ;
  • Aumento da demanda por capital de giro por conta do crescimento das exportações

    no Brasil;

  • Queda do prazo médio das linhas de comércio; e
  • Dado o aumento da demanda e a redução da oferta, a taxa de juros dessas linhas se elevou.

    Em termos de liquidez, a operação funciona como se o Banco Central estivesse irrigando o mercado à vista de dólares, sendo que receberá os reais por esses dólares ao final de um prazo determinado (prazo de acordo com o leilão). Em linhas gerais, as condições do leilão são:

  • Limites para participação dos dealers (agentes do BC junto ao mercado) - Os dealers poderão participar no leilão no limite máximo da média dos contratos de linhas de exportação (ACC e ACE) das últimas quatro semanas, limitado a 15% do Patrimônio de referência da instituição junto ao Banco Central;
  • prazos das operações poderão ser de 60 a 180 dias - o primeiro leilão (nesta sexta-feira) terá o prazo de 180 dias;
  • Prazos de recebimento/pagamento da operação com o Banco Central - no leilão, os dealers recebem os dólares 2 dias após o leilão e pagam por esses dólares em reais (a taxa do dólar PTAX de dois dias antes do fim da operação - no primeiro leilão será 178 dias após o leilão) mais uma taxa de juros acordada no leilão.
  • Taxa de juros da operação - os dealers oferecem uma taxa de juros para o período, assumindo que terão que pagar em reais à taxa PTAX equivalente no vencimento do contrato;
  • Prazo para contratação com as empresas - os dealers são obrigados a fechar os contratos de linha de exportação com as empresas em até 5 dias após o leilão - na eventualidade de não fecharem a operação com as empresas, a instituição financeira terá que depositar, no Banco Central (com remuneração zero) os recursos que não atingirem o valor obtido no leilão.
  • Acompanhe tudo sobre:[]

    Mais de Economia

    Em disputa de R$ 1 bi, Caixa não liberará terreno no Rio para estádio do Flamengo sem compensação

    Vendas no comércio crescem 0,6% em julho

    "Economia vai crescer mais de 3% e agora precisamos controlar dívida interna", diz Haddad