Economia

Cotação do petróleo bate novo recorde

Ataques à infra-estrutura no Iraque e baixos estoques americanos continuam empurrando preço para as alturas. No Brasil, Petrobrás deve decidir como recuperar perdas, de olho na inflação e no superávit primário

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h01.

O preço do petróleo mantém-se em forte alta no mercado internacional, batendo novo recorde. Hoje (12/5) o contrato para entrega futura em junho na bolsa de Nova York terminou cotado a 40,77 dólares o barril, em alta de 1,8%. Nesse patamar, bateu o recorde anterior registrado em 11 de outubro de 1990, durante os preparativos para a primeira invasão do Iraque. Diante da escalada, foi inútil o pedido do ministro saudita do Petróleo, Ali Naimi, para que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) concedesse um aumento de pelo menos 1,5 milhão de barris nos limites de produção diária. Um alto funcionário da organização que reúne os países responsáveis por cerca de um terço da produção mundial tratou de avisar que não há planos de antecipar a próxima reunião, agendada para 3 de junho, em Beirute, capital do Líbano, informou o Financial Times.

No Iraque, a expectativa era de que os embarques de petróleo já tivessem retornado aos níveis anteriores à guerra, diz reportagem de hoje do americano The Wall Street Journal. Mas o ataque a um oleoduto no sábado (8/5) interrompeu 30% das exportações iraquianas, tirando de um mercado já pressionado e inquieto 600 mil barris diários. Os campos petrolíferos no sul do Iraque região que vinha mantendo relativa calma são responsáveis por dois terços da capacidade total de extração, e vinham compensando as perdas com sabotagens no oleoduto de ligação com o Mediterrâneo, no norte do país.

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p align="justify">Os vetores que pressionam o mercado são, além do descontrole no Iraque, um mercado americano bastante apertado, com estoques baixos para enfrentar a demanda de julho e agosto, e dificuldades no fornecimento de Nigéria e Geórgia. Neste contexto, nem mesmo o movimento de alguns países-membros da Opep, que já estão bombeando mais petróleo de seus postos para tirar proveito dos altos preços, está servindo de refresco. O que se espera agora é que a Opep ponha ordem na casa.

Conseqüências no Brasil

Quando o preço da gasolina vai subir aqui? Esta é a questão colocada às vésperas da divulgação do balanço trimestral da Petrobras. Análise publicada recentemente pelo departamento de economia do banco Bradesco afirma que em 2003 "o preço interno manteve-se, na maior parte do tempo, acima do preço internacional, ocasionando lucros fartos para a Petrobras". A estratégia tornou a estatal uma peça fundamental do governo para gerar superávit primário ano passado.

Segundo a equipe do Bradesco, em 2004 houve uma inversão, e a defasagem que a empresa vem bancando nos últimos dias está acima de 20%. Se a opção for por um reajuste de 5%, tendo em vista que a defasagem média do ano está em 6%, o impacto nas projeções anuais do IPCA será nulo. Porém, se a decisão for recompor as perdas pelo teto, aumentando o preço da gasolina em 25%, "as conseqüências para a inflação corrente seriam muito negativas", afirma o relatório.

Impacto potencial da alta do petróleo no preço da gasolina e inflação no Brasil
Reajuste final para o consumidor (%)
Impacto no IPCA em p.p.
5
0
10
0,2
15
0,4
20
0,6
25
0,8
Fonte: Bradesco
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