Copom reduz juros em 0,25 ponto percentual, para 12,75% ao ano
Apesar da continuidade dos cortes, país ainda apresenta a maior taxa real de juros do mundo
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h41.
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) cortou a taxa básica de juros (Selic) em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira (7/3). Na curta nota à imprensa, de apenas duas linhas, consta que "dando prosseguimento ao processo de flexibilização da política monetária, iniciado em setembro de 2005, o Copom decidiu, por unanimidade, reduzir a taxa Selic para 12,75% ao ano, sem viés".
O corte ficou dentro do esperado pela maior parte do mercado e, por isso, não causou surpresa, apesar da pressão de industriais e varejistas para que a redução fosse mais acentuada. De acordo com a Up Trend Consultoria Econômica, a nova queda traz a taxa real de juros para 8,6% ao ano. O Brasil ainda segue como o país com as maiores taxas de juros reais do mundo, à frente da Turquia, com 6,7%. De acordo com a consultoria, apenas um corte profundo, de 2,5 pontos percentuais, seria capaz mudar essa situação. Nesse cenário, o Brasil contaria com juros reais de 6,5%, atrás dos turcos.
Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, com a decisão de hoje, o Copom "segue sinalizando um inadmissível conservadorismo na gestão dos juros, não transformando-os em ferramenta de estímulo às atividades produtivas". Skaf afirma que o BC precisa acelerar o ritmo de cortes, para que o país chegue a dezembro com uma taxa nominal de 9,75% ao ano, o equivalente a juros reais de 6%.
Os analistas, porém, acreditam que o BC será bem mais conservador do que deseja a Fiesp. Em seu último relatório de mercado, o BC mostra que, na média, as instituições financeiras consultadas projetam uma Selic de 11,5% ao ano em dezembro. Ou seja, ainda haveria espaço, na visão dos economistas de mercado, para uma queda de apenas 1,25 ponto percentual da Selic.